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Ataque turco perto de Afrin, na Síria, mata pelo menos 13 civis

05 mar, 2018 - 19:09

Curdos dizem que o avanço turco já matou centenas de civis, mas Ancara nega. Batalha por Afrin poderá beneficiar o regresso do Estado Islâmico na Síria.

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Mais de uma dúzia de pessoas morreu esta segunda-feira num ataque levado a cabo por parte da Turquia, perto de Afrin.

Enquanto o mundo continua de olhos postos em Ghouta Oriental o exército turco continua a sua ofensiva contra esta região da Síria controlada pelas Forças Democráticas da Síria, um grupo dominado pelos curdos, mas que inclui também milícias árabes e cristãs.

A Turquia considera que o YPG, a maior milícia curda na Síria, é uma extensão do PKK, o Partido dos Trabalhadores Curdos, que tem levado a cabo uma insurreição contra o Governo da Turquia há décadas. Ancara diz que o YPG é um grupo terrorista e que por isso não está abrangido pelo cessar-fogo decretado pela ONU.

Ao longo das últimas semanas os turcos têm ocupado cada vez mais território do lado sírio da fronteira, avançando lentamente até à Afrin. Esta segunda-feira, de acordo com as autoridades curdas mas também segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um ataque aéreo à vila de Jandiris fez mais de uma dúzia de mortos. O YPG fala em 13 vítimas mortais, incluindo três crianças, enquanto o observatório aponta para 17 mortos, 92 feridos e várias pessoas ainda soterradas neste e noutros ataques levados a cabo pela Força Aérea turca.

A Turquia nega ter morto qualquer civil, dizendo que se trata de uma mentira “inaceitável”, mas os curdos dizem que a operação “ramo de oliveira”, como a Turquia lhe chama, já matou centenas de civis.

Entretanto alguns comentadores regionais temem que com a perda do controlo da fronteira com a Turquia por parte dos curdos, esta se torne novamente acessível à entrada de reforços humanos e militares para grupos como o Estado Islâmico.

Um artigo do jornal britânico “The Independent” mostra como apesar de já ter sido declarada a morte do ISIS na Síria, restando apenas pequenas bolsas de resistência isoladas, de facto o grupo tem ganho força nas últimas semanas.

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  • Ana GONÇALVES
    07 mar, 2018 Lisboa 17:27
    Não me admira os ataques turcos quando eles fornecem e fomentam há muito tempo o Estado Islâmico.
  • JMC
    06 mar, 2018 USA 15:14
    Subscrevo plenamente o comentário escrito por António Costa de Cacém. Todos nós––quer na UE, quer na ONU, quer nos EUA––continuam a olhar para o outro lado. Ainda por cima, neste meu país dos EUA, o governo faz de conta que "não viu nada" relativamente ao comportamento da Turquia. "O pior cego é aquele que não quer ver."
  • António Costa
    06 mar, 2018 Cacém 05:33
    Agora já não existem numerosos artigos com fotos de crianças nos cuidados intensivos. Agora já não há "posições" da UE ou da ONU para "parar com o genocídio do séc. XXI". O ocidente "olha para o lado", como à 80 anos já tinha olhado para o lado, para o que se passava na Alemanha nazi. Fazer condenações a Myanmar ( novo nome da Birmânia ) fica "bem na fotografia". O cidadão comum não distingue a Patagónia de Myanmar. Ao condenar os crimes cometidos por países, "irrelevantes" para a politica externa da União Europeia, está-se a fazer o mesmo de sempre: fingir que os "aspirantes a Hitler" estão muito longe. Apenas, porque é cómodo ser servil com os grandes e poderosos deste mundo. Mas não foi sempre assim?

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