10 jan, 2018 - 19:43
Para já, está afastada uma nova greve na Autoeuropa, disse à Renascença Rogério Silva, do Sindicato das Indústrias Transformadoras e Energia (SITE-Sul), o maior da fábrica de Palmela, que esta quarta-feira esteve reunido com a administração da empresa.
“Nós fizemos uma proposta, justifica-se um tempo para a sua reflexão e ver onde é que conseguimos encontrar pontos de aproximação de maneira a encontrar um entendimento. A greve é uma forma superior de luta, não fazemos a greve pela greve. A partir para uma solução de luta, a greve ou outra, ela tem que ser muito bem ponderada e avaliada”, afirma Rogério Silva.
O sindicato fez um conjunto de sugestões à administração da Autoeuropa para ultrapassar o impasse na fábrica de Palmela.
Rogério Silva defende a antecipação da discussão dos aumentos salariais para este ano, nomeadamente uma subida, no mínimo, de 50 euros para cada trabalhador; uma compensação para os trabalhadores que estejam disponíveis para fazer o horário dos fins-de-semana; e o pagamento do trabalho suplementar a 200%.
A administração da Autoeuropa vai reflectir sobre as sugestões apresentadas pelo sindicato e está prevista uma nova reunião.
“Temos um conjunto de semanas para poder ultrapassar este impasse. Estamos convencidos que as propostas que fizemos vão no sentido de melhorar as condições dos trabalhadores que estiverem disponíveis para fazer este horário transitório”, refere o sindicalista Rogério Silva.
O braço de ferro na empresa dura há vários meses. Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram em Dezembro uma proposta para uma greve de dois dias, em 2 e 3 Fevereiro.
Em Dezembro, a administração anunciou aos seus trabalhadores que a fábrica passará a laborar todos os sábados a partir do final de Janeiro.
“Em finais de Janeiro, vamos iniciar o modelo de trabalho de 17 turnos semanais, que cumpre com a lei e garante a produção aos sábados a dois turnos”, refere o comunicado interno da empresa.
Por este trabalho ao fim-de-semana, os trabalhadores irão receber o dobro do que recebem em dias úteis. A Autoeuropa responde, assim, e não obstante esta ser uma decisão unilateral, a uma das reivindicações dos trabalhadores nesta matéria.
Os novos horários prevêem quatro fins-de-semana completos e um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses.