07 dez, 2017 - 14:38
Mais de 40 pessoas ficaram feridas esta quinta-feira, na sequência da revolta palestiniana contra a decisão do Presidente norte-americano de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Belém, Ramallah, Jerusalém, Hebron são apenas algumas das cidades onde decorrem confrontos, depois do apelo do Hamas para uma nova Intifada.
Do outro lado, o Exército de Israel recorre a canhões de água e a granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, alguns lançam pedras contra as forças de segurança. Em Hebron e Al-Bireh (Cisjordânia), milhares de manifestantes entoaram “Jerusalem é a capital do Estado da Palestina”.
Uma pessoa foi atingida por tiros e outras 14 por balas de borracha, segundo fontes médicas.
Na Faixa de Gaza, dezenas de manifestantes concentraram-se perto da fronteira com Israel e lançaram pedras contra soldados que se encontravam do outro lado. Dois manifestantes ficaram feridos por tiros, um deles em estado crítico.
O Exército israelita ainda não teceu qualquer comentário aos acontecimentos, mas já reforçou o seu contingente na Cisjordânia.
Em Jerusalém, um grupo de muçulmanos juntou-se em oração no Portão de Damasco. Pedem a paz na região.
Mas não é só nos territórios palestinianos que decorrem protestos. No Paquistão, a população (de maioria muçulmana) saiu à rua para demonstrar o seu desagrado pela decisão de Donald Trump.
Também na Tunísia, centenas de pessoas saíram à rua para protestar contra americanos e israelitas e demonstrar o seu apoio ao povo palestiniano.
Na Turquia, quem saiu à rua envergou bandeiras turcas e da Palestina em apoio do povo palestiniano.
As reacções eram esperadas. Desde o momento em que o Presidente norte-americano anunciou, na terça-feira, que iria reconhecer Jerusalém como capital de Israel que o mundo se inquietou.
Na quarta-feira à tarde, Donald Trump cumpriu a promessa e assinou o documento oficial. Segue-se a mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém.
Desde terça-feira que se ouvem reacções e alertas a tal decisão. Foi declarada guerra, dizem muitos. E, da parte dos palestinianos, o Hamas apelou uma onda de ira contra os EUA – é aquilo a que se tem assistido esta quinta-feira.
Israel considera Jerusalém a sua eterna e indivisível capital, mas os palestinianos também a reclamam.
Na verdade, Jerusalém é uma das cidades mais antigas do mundo e tida como sagrada para as três principais religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo. Mas é entre judeus e palestinianos que o estatuto desta Cidade Santa mais questões tem levantado.
É por isso que nos acordos de paz entre Israel e a Palestina, o último dos quais conseguido pelo antigo Presidente norte-americano Barack Obama, Jerusalém não é atribuída a qualquer dos lados.