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​Até 2020, o Governo não dá mais dinheiro para os professores

15 nov, 2017 - 20:03 • Paulo Ribeiro Pinto

O Executivo considera que a carreira dos professores não é sustentável. Admite negociar, desde que não haja impacto orçamental além do que está previsto com o descongelamento de toda a Administração Pública.

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Professores em protesto. "Querem eliminar nove anos e quatro meses da nossa vida"
Professores em protesto. "Querem eliminar nove anos e quatro meses da nossa vida"

O Governo diz que até 2020 o descongelamento das carreiras dos professores não sofrerá alterações face ao que já está previsto para toda a Administração Pública (metade em 2018 e outra metade em 2019), disse à Renascença fonte do Executivo. Há negociações com os sindicatos em curso, mas o Governo não admite um impacto orçamental que vá além do que está previsto com o descongelamento das carreiras de todos os funcionários públicos.

No dia em que os professores fizeram greve e manifestaram-se frente ao Parlamento contra a forma como o Governo quer descongelar as carreiras docentes, esta fonte do Governo considera que, tal como está desenhada, a carreira dos professores não é sustentável. Há por isso abertura para negociar, com reunião entre Governo e sindicatos marcada para quinta-feira.

De acordo com as contas do Executivo, se as pretensões dos professores fossem atendidas, em Janeiro do próximo ano, mais de 22 mil docentes atingiriam automaticamente o topo da carreira, o que custaria 650 milhões de euros por ano. Um impacto "gigantesco", disse o primeiro-ministro, na madrugada desta quarta-feira, horas antes de milhares de professores se manifestarem frente ao Parlamento.

Além disso, afirma a fonte do Governo ouvida pela Renascença, um funcionário público “padrão” do regime geral demoraria, em teoria, 120 anos a chegar ao topo da carreira. Já os professores, que podem progredir uma vez a cada quatro anos, chegam, em tese, ao topo da carreira em 34 anos.

As contas do Executivo apontam ainda para um universo de seis mil professores que teriam direito a um aumento salarial anual superior a 15 mil euros. O aumento médio seria de seis mil euros anuais por docente.

A proposta do Orçamento do Estado para 2018 prevê a progressão de 46 mil professores, com um custo de 90 milhões de euros.

Contagem sim, mas faseada

A secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, prometeu, esta quarta-feira, no Parlamento, que vai ser feita “uma contagem do tempo de serviço” dos professores de forma faseada, que será negociada com os sindicatos.

“Vai haver uma forma de a contagem da carreira docente ser, de alguma forma, recuperada. Veremos com os sindicatos com que faseamento”, disse Alexandra Leitão.

Comentários
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  • Joaquim Soares
    21 nov, 2017 Famalicão 11:55
    Temos que acabar com o exagero das greves e manisfestações. Concordo com a progressão faseada pois o País não tem capacidade financeira para uma progressão em dois anos. O custo das exigências do BE iriam ser pagas pelos cidadãos que somos todos. Sindicatos tenham bom senso e deixem que o País estabilize para melhoria da população.
  • Vasco
    16 nov, 2017 Santarém 22:34
    Afinal o dinheiro já está a esgotar e as promessas ficam adiadas para 2020 onde muito possivelmente outro governo terá de suportar as consequências, deram o passo maior que a perna e agora já vêm que está errado enquanto do outro lado as pessoas sentem-se defraudadas e injustiça-das, há que ser coerente e responsável antes de tomar medidas avulso e eleitoralistas.
  • P/R.RENASCENÇA
    16 nov, 2017 F.D.P. 17:24
    Os comentários são seguidos a não serem publicados. Comentar neste espaço, é estar sujeito à censura por tudo e por nada. Volta ditadura, que há muitos que te respeitam. NOJENTOS!
  • Jorge
    16 nov, 2017 Seixal 13:20
    O que os professores pretendem é irrealista. Há alguma profissão no sector público ou privado em que todos os trabalhadores atingem o topo da carreira? Se todos os médicos, enfermeiros, professores, militares, juízes, etc. atingissem o topo da carreira profissional, qual seria a carga de impostos que teríamos de suportar, não só para pagar os vencimentos como no futuro as suas reformas.
  • Fred
    16 nov, 2017 Al 09:37
    Acho bem que façam greve. O que seria dos sindicatos se não houvesse greves?? O que seria dos "coitados" dirigentes sindicais se não existisse proletariado para pagar os ordenados, cartões de crétido e as viaturas dos secretários gerais?? Se não existisse greve não faria sentido existirem sindicatos, obviamente. São absolutamente inadmissiveis as exigências dos professores! Seria gozar na cara de todos os portugueses. Acho que o Sr Kostov, não irá perder muito porque é quase surreal aquilo que os professores querem. Alguém aceitaria que um professor para o próximo ano tivesse um aumento de 10 ou 15 mil euros ???
  • Ja
    15 nov, 2017 21:33
    A diferença de privilégios entre os professores e os quadros da função pública é abissal e muito injusta com os funcionários das carreiras gerais sem possibilidade de chegar sequer ao meio da carreira mesmo que trabalhem até á morte.
  • Sara
    15 nov, 2017 Lisboa 20:50
    Acho que sim....quem trabalha para a função publica acha que esta acima dos demais funcionarios por conta de outrem, os partidos também muito ajudam nesta materia,são os militares, medicos , os chamados precarios e etc, mas será que a população activa em portugal , so pertence a função publica?!acredito que se houvesse um partido para defender os trabalhadores por conta de outrem, as coisas eram bem mais diferentes, a função publica é notoria, facil de interver directamente ao governo, os partidos, sindicatos disfarçados usam e abusam deste tipo de publicidade, vergonha.
  • 15 nov, 2017 aldeia 20:17
    Costa não cede.....pode ter um grande impacto nas eleições,vamos esperar,pode haver novamente uma surpresa.
  • jotamais
    15 nov, 2017 Cascais 20:15
    "O governo não dá mais dinheiro para os professores" ou para as professoras? aquilo visto na TV parecia ser uma greve de PROFESSORAS...

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