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Quase todos os blocos fechados. ​Greve dos médicos do Sul e Ilhas com adesão a rondar 75%

25 out, 2017 - 11:51

Número avançado por fonte sindical. A reposição dos direitos que foram retirados com a "troika" são a principal razão para a greve.

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A greve dos médicos no Sul do continente e nas Regiões Autónomas está a ter uma adesão de cerca de 75% nos cuidados de saúde primários da região Sul e Ilhas, segundo os sindicatos dos médicos.

Em declarações à agência Lusa, Guida da Ponte, da comissão executiva da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), revelou os primeiros dados da adesão à greve: "75% dos cuidados de saúde primários".

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, dos "25 blocos, só três estão a funcionar" e no São José, dos seis, estão três a funcionar, adiantou Guida da Ponte.

Na mesma linha, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, avançou que nos hospitais do litoral alentejano, em Évora, Faro e Portalegre todos os blocos operatórios foram obrigados a fechar, referiu.

Nos cuidados de saúde primários, a adesão dos médicos no Alentejo está nos 85%, no Algarve está nos 80% e nos Açores e Madeira ronda os 78 a 85%.

O ministro da Saúde, contactado pela Lusa, afirmou que não tem ainda dados sobre a greve.

A reposição dos direitos que foram retirados com a "troika" são a principal razão para a greve, disse à Lusa Roque da Cunha.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Mário Jorge, considerou que a adesão "mostra que a grande maioria dos médicos está descontente e apoia o sindicato nas suas reivindicações". Segundo adiantou, os médicos pedem "bom senso" ao Governo e alertam que, sem essa condição, "um processo conflitual se vai arrastar".

Os médicos manifestam "disponibilidade toral" para um acordo mas que "esteja sistematizado e quantificado" para não andarem a participar em "mascaradas negociais".

Se se chegar "a um entendimento credível que dê resposta às questões prementes que continuam por resolver há mais de um ano", os médicos estão dispostos a desconvocar a paralisação nacional marcada para o próximo mês, mas só tendo "as coisas bem explícitas no papel sem qualquer subterfúgio de linguagem".

Roque da Cunha afirmou que os dois sindicatos já assinaram "35 acordos com governos das mais diferentes cores políticas", mas estão a ficar sem paciência para um ministério da Saúde "quedo e mudo" sobre as suas reivindicações.

Os médicos da região Sul e das Regiões Autónomas estão em greve desde as 00h00 desta quarta-feira, num dia de paralisação regional que já decorreu no norte e que antecede um dia de greve nacional, prevista para 8 de Novembro.

Os clínicos reclamam a redução de 18 para 12 horas semanais dos turnos nos serviços de urgência, bem como a diminuição dos utentes por médico de família de 1.900 para 1.500 pessoas.

A greve foi convocada pelos dois sindicatos médicos --Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos.

[noticia actualizada às 15h01]

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