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Enfermeiros mantêm greve entre 3 e 5 de Outubro

27 set, 2017 - 23:08

Governo diz estar a ponderar as propostas apresentadas pelo sindicato na reunião desta quarta-feira.

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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) decidiu manter a greve marcada para 3, 4 e 5 de Outubro, apesar do compromisso do Ministério da Saúde de avaliar as contrapropostas apresentadas, indicou o presidente da estrutura, José Carlos Martins.

A decisão foi comunicada em conferência de imprensa, na sede do SEP, em Lisboa, à margem de uma reunião da direção, após um novo encontro negocial do sindicato no Ministério da Saúde.

O presidente do SEP disse que as contrapropostas do sindicato, que a tutela "ficou de ponderar", são "perfeitamente acomodáveis" em termos orçamentais, acrescentando que uma nova reunião negocial no Ministério está agendada para sexta-feira.

Justificando a manutenção da greve, José Carlos Martins alegou que as propostas da tutela continuam a ser insuficientes.

O SEP, apoiado pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, reclama a revisão da carreira até ao final do primeiro semestre de 2018, a reposição das horas de qualidade (horas de trabalho feitas aos fins-de-semana, feriados e à noite) a partir de Janeiro e a extensão das 35 horas semanais de trabalho a todos os enfermeiros antes de Julho.

Segundo o sindicato, o Ministério da Saúde propõe, em contrapartida, a reposição faseada das horas de qualidade, em Abril e em Dezembro de 2018, a aplicação das 35 horas semanais em julho e o pagamento de um subsídio transitório de 150 euros aos enfermeiros especialistas até à negociação das carreiras, em 2018.

O SEP entende que a valorização salarial dos enfermeiros não pode passar sem a revisão da carreira.

Inicialmente, o sindicato propunha um suplemento remuneratório para os especialistas, de 600 euros.

Duas outras estruturas sindicais, o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, ameaçam com uma nova greve de cinco dias, a partir de 16 de Outubro, depois da ocorrida entre 11 e 15 de Setembro, caso o Governo não satisfaça uma série de reivindicações, incluindo um aumento mínimo de 400 euros para todos os enfermeiros.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerou o aumento salarial de 400 euros mensais "absolutamente incomportável" em termos orçamentais.

A 24 de Agosto, os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia retomaram um protesto de zelo contra a falta de pagamento da sua especialidade.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, avisou que a situação nos blocos de partos, decorrente do protesto dos enfermeiros, está à beira de se tornar insustentável, apelando ao Governo para que resolva a questão definitivamente.

Miguel Guimarães disse ter relatos de deficiências em blocos de partos de vários hospitais, além de situações de conflitos entre enfermeiros e médicos.

Os enfermeiros não aceitam o subsídio transitório proposto pelo Governo, que representa um gasto anual de 14,4 milhões de euros, o equivalente a cerca de dois terços da despesa pública com medicamentos para doenças oncológicas raras, nas contas do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses voltou a reiterar que está disposto a delinear "estratégias comuns" de luta com outras estruturas.

Comentários
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  • Filipe
    28 set, 2017 évora 02:59
    Cuidado eles dizem que trabalham 360 e tal dias , coitados por isso pedem só 35 horas por dia , para irem mamar as outras nos privados e domicílios em fatura e recibo . Que descarados ! Aprendam mas é o vosso trabalho de maneira que não provoquem dor nos pobres , já chega !
  • maria
    27 set, 2017 lisboa 23:24
    o sep é o lacaio do partido comunista, faz o que eles mandam, não merecem respeito ao contrario dos Enfermeiros que nunca foram defendidos pelo primeiro

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