14 ago, 2017 - 20:42 • Rosário Silva
Quem por estes dias passar por Évora vai encontrar o Templo de Diana, ex-libris da cidade, parcialmente envolto em andaimes.
Problemas no material pétreo, levam a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) a desenvolver, com carácter urgente, uma intervenção de conservação e restauro no Templo Romano com a duração de quatro meses.
“Foi identificado o decaimento de pedra e o risco de fragmentação das zonas de um capitel e na sequência de um processo rigoroso de análise, tornou-se evidente a necessidade desta intervenção”, refere à Renascença Ana Paula Amendoeira, directora Regional de Cultura do Alentejo.
“Não é uma intervenção pesada nem muito dispendiosa, estamos a falar de 50 mil euros, mas é uma intervenção quase cirúrgica pela importância do monumento e com um elevadíssimo nível de especialização”, explica a especialista em património arquitetónico e paisagístico.
Os trabalhos a realizar no Templo Romano são essencialmente de “consolidação do material pétreo, com limpeza, mapeamento e análise geral do estado de conservação dos seus elementos constituintes, identificação e intervenção prioritárias de problemas; fixação de elementos que se encontrem soltos, como lascas, escamas, fragmentos, e a remoção mecânica de materiais exógenos ou elementos disfuncionais, tais como argamassas incompatíveis e degradadas no interior de juntas ou fissuras”, esclarece uma nota técnica da DRCA.
De acordo com a directora regional está implícita, também, a necessidade de “garantir a segurança pública de pessoas e bens” de um dos monumentos mais visitados e, assim “acautelar a queda de fragmentos”.
Questionada pela Renascença quanto ao facto de a obra acontecer precisamente numa altura de maior fluxo turístico, Ana Paula Amendoeira garante “que não se pode esperar mais” e apela à compreensão de todos. “Só podemos pedir desculpa pelo incómodo, mas é mesmo necessário privar as pessoas de usufruírem do Templo durante um tempo”.
A DRCA, em articulação com a empresa, está a programar a realização de visitas guiadas neste período com o objectivo de divulgar este trabalho e, por outro lado, “promover a educação patrimonial no sentido de explicar ao público aquilo que está a ser realizado”.
A obra foi adjudicada à empresa “Nova Conservação – Restauro e Conservação do Património Artístico-cultural”, contando a DRCA com a colaboração da câmara municipal, Laboratório Hércules da Universidade de Évora e Centro de Arqueologia da Universidade de Coimbra.