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Comandos. Dos 57 candidatos só 17 se mantêm

15 mai, 2017 - 23:03

É o primeiro curso com as novas regras impostas depois da morte de dois instruendos, em Setembro do ano passado.

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O 128.º curso de Comandos registou até ao momento 40 desistências a pedido dos instruendos, prosseguindo a formação apenas 17 dos 57 militares iniciais, disse à agência Lusa o porta-voz do Exército.

É o primeiro curso com as novas regras impostas depois da morte de dois instruendos, Setembro do ano passado. Iniciou-se a 7 de Abril e terá a duração de 16 semanas, terminando em meados de Julho.

Estão na formação, no regimento da Carregueira, em Sintra, 17 formandos, dos quais três oficiais, dois sargentos e 12 praças, adiantou o Exército.

No curso anterior, do total de 67 formandos iniciais, receberam a boina e o crachá de Comando 23 militares.

Em Setembro de 2016, no decorrer do 127.º morreram dois militares na sequência de um golpe de calor. O curso registou também o maior número de desistências dos últimos quatro, com 27 dos 67 formandos iniciais a decidirem abandonar a formação.

Novidades no novo curso

Em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, o tenente-coronel Vicente Pereira revelou que vão passar a ser quatro os clínicos a acompanhar em permanência o curso, quando até agora eram dois. Já nas provas de maior risco, o pessoal médico e de enfermagem também será reforçado.

Outra novidade está relacionada com o processo clínico dos candidatos. O porta-voz do Exército garante que foram introduzidos mecanismos para melhorar a circulação de informação clínica sobre os candidatos, oriundo, por exemplo, do Hospital das Forças Armadas.

Mas existem outras mudanças previstas: todos os instrutores serão diferentes e vão ter formação específica para detectar sintomas de excesso de esforço.

Cinco documentos enquadram o novo curso

O primeiro estabelece o certificado de controlo do curso. O segundo fixa a proposta e a fundamentação, definindo a duração, o regime de prestação de serviço, os pré-requisitos, os fundamentos para a exclusão e os requisitos para os formadores, nomeadamente técnico-científicos e pedagógicos.

O terceiro documento define o perfil profissional dos formandos e as funções que aqueles que concluam o curso com sucesso podem vir a assumir e o quarto documento especifica as necessidades de formação face aos perfis profissionais.

Por último, o Referencial aprovado pelo CEME fixa o "perfil da avaliação", que permitirá avaliar as expectativas e o desempenho de todos os intervenientes directos no processo de formação.

O relatório da Inspecção Técnica Extraordinária, concluída a 5 de Dezembro, tinha detectado dificuldades na actualização do Referencial do curso, atribuindo o atraso em parte à falta de militares com competências para o efeito.

Comentários
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  • Filipe
    16 mai, 2017 évora 13:39
    Nunca devia ter acabado o serviço militar obrigatória e dai eram escolhidos os melhores dos melhores para as forças especiais . Demonstra que agora só se candidatam a estas forças especiais e outras , para terem um ordenado ao fim do mês , pois sabem que ao fim de 5 ou 8 anos de contrato são enviados para a rua ! Em África haviam 3 frentes de guerra ! Hoje , os escuteiros e muitos jovens até menores de idade , tem capacidades físicas em desportos amadores , de fazerem inveja a muitos "especiais" das forças em Portugal . Só conseguem ainda alguma força porque tem uma arma na mão ....

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