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António Costa. Manter "rating" de Portugal como se estivéssemos em 2011 "faz pouco sentido"

30 mai, 2017 - 13:35

A recomendação de Bruxelas de que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo "só reforça esta ideia".

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António Costa. Manter "rating" de Portugal como se estivéssemos em 2011 "faz pouco sentido"
António Costa. Manter "rating" de Portugal como se estivéssemos em 2011 "faz pouco sentido"

O primeiro-ministro, António Costa, defende que faz "pouco sentido" que as agências de “rating” mantenham a notação de Portugal "como se nada tivesse acontecido desde 2011" na situação económica e financeira do país.

"É manifesto que a situação hoje em Portugal é muito diferente da situação de 2011. Manter a avaliação do ‘rating' hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 faz pouco sentido", disse o chefe do Governo, no final da cimeira entre Portugal e Espanha que decorreu entre segunda-feira e terça-feira em Vila Real.

A recomendação de Bruxelas de que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) "só reforça esta ideia", prosseguiu António Costa, valorizando que a Comissão Europeia reconheça que "há confiança na economia portuguesa".

"Temos hoje um sistema financeiro estabilizado, estamos a crescer com um ritmo muito acentuado (…) todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o nosso crescimento", prosseguiu o primeiro-ministro, para quem não será uma surpresa um evoluir positivo da posição das agências de “rating” sobre Portugal.

Esta terça-feira, também o comissário europeu dos Assuntos Económicos considerou que o desempenho económico de Portugal, que já resultou na saída do PDE, merece uma avaliação mais positiva por parte das agências de notação financeira.

"Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se dêem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem, e que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado", declarou Pierre Moscovici, perante a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Ressalvando que "não cabe à Comissão Europeia falar directamente com as agências de notação", Moscovici, que respondia a uma questão do eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, sobre se Portugal poderia esperar uma subida do “rating” após ter saído do PDE, disse que aproveitava a questão para passar a sua mensagem de que "o que se passa em Portugal merece ser olhado de forma positiva e os desenvolvimentos devem reforçar a confiança em Portugal".

O comissário francês reforçou que a saída de Portugal do PDE, decidida na semana passada pelo executivo comunitário, “recompensa os esforços importantes feitos por Portugal”, e observou que, embora não tenham alterado a nota à dívida de longo prazo do país (que permanece em “não investimento” – ou “lixo”), as agências de “rating” constataram “uma orientação positiva”.

A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha arrancou na segunda-feira e terminou esta terça-feira, em Vila Real, com os executivos de ambos os países a assegurarem reforço da cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infra-estruturas e ambiente.

Comentários
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  • Alberto
    16 jun, 2017 Funchal 13:56
    O rating de 2011 foi por culpa do Governo a que Costa pertenceu.
  • COSTA DEMAGOGO
    30 mai, 2017 Lx 14:48
    Pois a culpa é sempre dos outros...em 2011 levámos com um resgate de 78 mil milhões..o resto é conversa da treta dos pantomineiros da geringonça, verdadeiros vendedores da banha da cobra que vivem num permanente ilusionismo dos amanhãs que cantam.:Quem empresta decide e não é o Governo que tem que acatar e baixar as calças como fez com a Europa apesar da gritaria que houve para dizer que havia virado a página da austeridade...São uns mentirosos compulsivos como o foi o pai do resgate, o mesmo partido socialista que nos levou a esse resultado em 2011 sendo certo que mais de 50 por cento do actual desgoverno pertencem ao desgoverno do bandido do Pinto de Sousa....
  • 30 mai, 2017 14:08
    A atitude politica/ideológica das agências de rating e dos mercados, refletem bem a ofensiva do neoliberalismo contra os defensores do Estado Social.Mas a opinião e a esfera pública,estão, a pressionar, e, como a vergonha custa a carregar irão ceder a contragosto.

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