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Oliveira Martins atribui problemas na Caixa à crise

06 dez, 2016 - 22:05

Garante que, enquanto foi ministro das Finanças, entre Agosto de 2001 e Julho de 2002, os relatórios e contas da Caixa Geral de Depósitos provam a "transparência, justificação e consistência" das contas daquele período.

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A grave crise financeira iniciada com o problema do 'subprime' nos Estados Unidos em 2007 é a grande responsável pela deterioração da situação financeira da Caixa Geral de Depósitos (CGD), defendeu esta terça-feira o antigo governante Guilherme d'Oliveira Martins.

"Foi a crise financeira que gerou esta situação", afirmou Guilherme d'Oliveira Martins durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público, na qualidade de antigo ministro das Finanças.

Para sustentar esta opinião, o responsável apontou para a rendibilidade dos capitais próprios da CGD que, em 2007, atingiu um pico máximo de 20,5% e, no ano seguinte, caiu para os 12,6%.

Oliveira Martins acrescentou que, entre 1998 e 2008, o valor médio da rendibilidade dos capitais próprios do banco estatal foi de cerca de 19,8%.

"Um valor particularmente significativo. E perante os efeitos imediatos do 'subprime' [crise imobiliária iniciada nos Estados Unidos em 2007] atingiu-se em 2008 o valor mais baixo deste período, 12,6%", sublinhou.

De resto, o responsável assegurou que, enquanto foi ministro das Finanças (entre Agosto de 2001 e Julho de 2002), os relatórios e contas da CGD, aprovados pelos auditores, provam a "transparência, justificação e consistência" das contas daquele período.

Questionado sobre quais eram as principais preocupações do governo que então integrou relativamente ao banco estatal, Oliveira Martins disse que o foco se centrou no peso significativo do crédito à habitação no total da carteira de crédito da CGD.

"A preocupação fundamental era garantir uma gestão prudente relativamente a esta matéria. Os resultados auditados mostravam o resultado dessa gestão prudente", afirmou.

Oliveira Martins vincou que "a CGD não podia ser encarada como um banco privado qualquer", já que "foi criada pelo Estado no século XIX e tem por isso determinadas responsabilidades".

E destacou: "O accionista Estado não pode deixar de assumir claramente as suas responsabilidades em permanência".

O actual presidente do Conselho Fiscal da CGD considerou ainda positiva a alteração dos sistemas de controlo interno do banco, recentemente introduzida, com o novo formato a fazer a distinção entre o Conselho Fiscal e o Conselho de Auditoria.

"Considero mais adequado o sistema que acaba de ser introduzido", rematou.

Comentários
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  • JCOSTA
    23 mar, 2017 VCONDE 22:50
    FOI A CRISE SIM...--E O VARA E O SOCRATES....---ESTES ESTAO A SER JULGADOS...--SUSPEITOS E ARGUIDOS...A BANCA ROTA ...-- FOI A HERANÇA QUE DEIXARAM.....--COSTA E OUTROS MINISTROS QUE HOJE DESGOVERNAM O PAIS SEM GANHAREM ELEIÇOES...-VOLTARAM AO GOVERNO..---OS AVISOS VEM DE TODO O LADO...-ALGUEM ACREDITA NA GERINGONÇA....ATE O JAIME GAMA NA ENTREVISTA QUE DEU A ANTENA UM,,, SENSURA O GOVERNO DO PS --FALTA DE REFORMAS NO PAIS ...-UMA VERGONHA
  • TUGA
    07 dez, 2016 lisboa 08:42
    O povo está entregue aos bichos, encobrem-se uns aos outros!!! a crise é termos de pagar empréstimos a amigos que não vão ser pagos à CGD. Essa a que é a crise!!! onde está o povo?, onde está a justiça? onde estão os investigadores, os fiscais das finanças de volta do peixe miúdo?? as secretas? que está a fazer a angolana no ministério da justiça?? por isso voto PNR é um voto contra este sistema corrupto e caduco, todos mamam, todos se encobrem, e na volta dizem mal uns dos outros, e o povo paga todas as trafulhices da politicada. O POVO TEM O QUE MERECE!!!!
  • MENTIROSO
    06 dez, 2016 Lx 22:26
    A sério? e os Varas e Sócrates da vida que faziam empréstimos de favor sem garantias aos amigos? Isso não importa Sr. Oliveira Martins? Mais um mamão do regime a falar...

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