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Jerónimo. “As soluções não chegarão aplicando as mesmas receitas” de PSD e CDS

15 out, 2016 - 16:56

Líder comunista reafirma que o compromisso “é com os trabalhadores, com o povo e com o país".

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, avisa o Governo do PS que as soluções para o povo e o país não chegam aplicando a mesma receita da direita e cedendo à chantagem do capital.

"Sabemos que os problemas não desapareceram apenas porque foi derrotada a coligação do PSD e CDS e hoje vivemos uma nova fase da vida política, as soluções não chegarão aplicando as mesmas receitas, a mesma política que afundou o país e particularmente sem que o país se liberte dos fortes constrangimentos estruturais que o limitam na obtenção de recursos e nas opções da política económica monetária e orçamental", declarou.

Jerónimo de Sousa discursava num almoço/comício, em Mirandela, no distrito de Bragança, de onde enviou outro aviso ao Governo relativamente às negociações que se seguem depois da apresentação da proposta do Orçamento do Estado, prometendo "uma intervenção determinada como até agora de compromisso do PCP com os trabalhadores e com o povo e lembrando sempre que é na posição conjunta PS/PCP que se define o grau de convergência e o nível do compromisso".

"Nunca esquecendo e dizendo as vezes que é necessário que o nosso primeiro e principal compromisso é com os trabalhadores, com o povo e com o país", vincou.

Num discurso dedicado ao Orçamento do Estado para 2017, o líder dos comunistas criticou o Governo por "resistir em afrontar" e defendeu que os problemas de crescimento e desenvolvimento se manterão "se Portugal não se libertar do Euro, renegociar a dívida, tiver o controlo público da banca para arranjar respectivamente a moeda, os recursos, os créditos que financiem o crescimento económico e o desenvolvimento".

"É uma ilusão pensar que é possível garantir níveis de crescimento económico e de emprego e inverter o rumo de empobrecimento do país, deixando tudo como está, sujeito às políticas, aos critérios, às metas, aos objectivos impostos a partir do exterior, nomeadamente da União Europeia, para servir interesses que não são os do nosso povo", insistiu.

Jerónimo enumerou os aspectos positivos da proposta de orçamento e as conquistas do PCP, para de seguida ressalvar que "não iludem que é um orçamento da responsabilidade do Governo PS, vinculado ao programa do PS".

O secretário-geral do PCP observou que "mais uma vez se acentuaram o alarido e as ameaças de corte e suspensão de fundos comunitários, a inevitabilidade de um novo resgate e até o FMI veio também apresentar um rol de medidas ditas de austeridade no valor de 900 milhões de euros".

Toda uma situação, sustentou, que "revela o carácter crescentemente inconciliável entre a submissão a imposições externas, designadamente da União Europeia, e uma política capaz de dar resposta sólida e coerente aos problemas nacionais".

"Há de haver um momento em que tem de haver opções: ou estes constrangimentos ou então fica uma mão cheia de nada para dar aos trabalhadores, ao povo e ao país", afirmou.

Jerónimo criticou também os partidos da direita, afirmando que parece terem posto "o conta-quilómetros a zero, esqueceram-se das mal feitorias, do inferno da vida que fizeram para tantos e tantos portugueses e apresentam-se a questionar as medidas e o rumo das medidas positivas".

"Eles procuram fazer esquecer ao povo português o que fizeram, nós não esqueceremos porque o povo português não quer que se repita aquilo que aconteceu durante esses anos dramáticos", declarou.

O Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado de 2017 que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.

Para este ano, o executivo liderado por António Costa piorou as estimativas, esperando agora um crescimento económico de 1,2% e um défice orçamental de 2,4% do PIB.

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  • O paradoxo
    16 out, 2016 lisboa 14:38
    O PCP passou a vida a dizer que o PS era igual ao PSD e ao CDS. Ouvi isto milhares de vezes! Agora uniu-se à direita... Um paradoxo! Não é verdade? Será que acreditam em milagres?....
  • graciano
    16 out, 2016 alemanha 13:42
    o geronimo nao esquecas o governo do psd cds mas puxa pela memoria se e que a tens e recorda os governos da esquerda em 1974-75-76 recorda os governos do mario soares com os seus pacotes recorda o governo de socrates o pcp para alem de um partido de mentirosos e de todos os defeitos que se conhecem nos regimes comunistas agora tambem sao covardes covardes ao ponto de apoiarem um governo com o qual dizem nao estar de acordo so os covardes aceitam aquilo que nao querem e para falares em nome dos trabalhadores devias lavar a boca antes de o fazeres porque toda a gente sabe quem e o eleitorado do pcp e be
  • Vanessa Silva
    16 out, 2016 Almada 13:04
    Sandra concordo consigo.Onde há partido comunista na Europa e no resto do mundo já sabemos onde há e são poucos.Então agora esta rapaziada nova do PCP quer ir para a Europa, mas com outra marca d´´agua até penso que eles dentro de algum tempo vão mudar de nome.Então rapaziada com ambições querem lá saber da matriz do velho PCP, eles querem ser burgueses como os outros da idade deles, bons carros,boas casa,bom emprego e vida da night como os outros.Jerónimo e a brigado do reumático que ainda há no PCP tem os dias contados.Por isso o PCP de hoje já pouco quer saber dos pobres,mesmo pobres,vejam o orçamento aprovado ou melhor acordado com os partidos que sustentam o costa.Na verdadeira pobreza não há aumentos para ninguém.É a prova que a verdadeira pobreza para eles não dá votos e então metem-se com a classe média/pobreza disfarçada para arranjar votos em futuras eleições. E vejam como eles ou então habilidade de costa e os outros são meros marionetas na sua mão, vão dando aos poucos para se aproximar tempo de eleições a começar pelas autarquias e deixar o pagode em banho maria e cheios de esperanças num dia melhor,entretanto o País vai-se afundando e o Povo alegre.Foi assim com Sócrates e depois venham os outros e arranjem a casa.E lá vem mais austeridade e quando estiver composto novamente, novas eleições e lá vem a música do costume, eles roubaram tudo ao povo e puseram-nos na miséria,mas nunca dizem de quem foi a culpa.Isto dá vontade de rir e o Povo fica embriagado.
  • Sandra Duque
    15 out, 2016 Seixal 23:26
    Este deixou tudo ir pela água a baixo.Os meninos e meninas comunistas que agora proliferam nos bancos do PCP querem outra vida,com mais visibilidade e mais dinheiro e por isso obrigaram o Jeronimo a deitar a matriz da politica do PCP ás malvas.Esses meninos e meninas que nasceram nas tertúlias comunistas rasgaram a matriz do partido e estão a olhar pela vida. De comunismo e de Cunhal ficou apenas a fala pelo nariz como Cunhal falava.Em África os africanos eram obrigados a imitar o chefe na fala e nos tiques.Aqui se vê como é a matriz politica de comunistas e maoistas . Vivam os jovens que se estão a libertar das falácias do comunismo puro.
  • Jorge
    15 out, 2016 Coimbra 22:02
    O PC a continuar assim, mole... vai pagar bem caro por isso!
  • luis santos
    15 out, 2016 coimbra 20:13
    as receitas do psd/cds foi um brutal aumento de impostos, a vossa receita continuar a aumentar impostos,dourando a pílula, dando uns centimos ao contribuinte. se criticam tanto o governo anterior, então retirem todos os impostos que esse governo aplicou e já terao moral para falar..... caso contrario os que vos safa e nao chega, foi o aumento de impostos do governo anterior... estou à vontade nao tenho cor partidaria.
  • João Góis
    15 out, 2016 Granja do Ulmeiro 19:33
    E as reformas antecipadas para desempregados de longa duração, sempre é descongelada aos 58 anos e 30 de desconto? Conforme o ministro disse a uma entrevista.

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