11 out, 2016 - 22:05
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) condena "toda e qualquer atitude de violência e intimidação verbal" a jornalistas no exercício da sua profissão, a propósito do protesto de taxistas na segunda-feira em Lisboa.
"Durante a manifestação de taxistas promovida pela Antral e pela Federação Portuguesa do Táxi, vários jornalistas foram vítimas de intimidações verbais e de violência física, o que é inadmissível numa sociedade democrática na qual o direito à informação está constitucionalmente consagrado. O Sindicato condena toda e qualquer atitude de violência e intimidação verbal dirigida aos jornalistas em pleno exercício da sua profissão", refere aquela estrutura sindical num comunicado hoje divulgado.
Um repórter de imagem da SIC foi vítima de agressões durante o protesto. O repórter "ficou com algumas escoriações e com a câmara e telemóveis partidos" e a Direcção de Informação da SIC "apresentou queixa às autoridades.
O Sindicato dos Jornalistas lembra que representa uma classe que se rege por um Código Deontológico que no ponto três determina: 'O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos'".
O SJ apela, tantos aos seus associados, como aos restantes jornalistas, que em situações semelhantes às ocorridas na manifestação de segunda-feira, "façam valer os seus direitos, divulgando publicamente os factos e efectuando queixa às autoridades competentes".
O protesto dos taxistas, que começou na segunda-feira no Parque das Nações ao início da manhã, deveria ter seguido até à Assembleia da República, mas não avançou além da Rotunda do Relógio, onde ocorreram confrontos com a polícia, tendo os manifestantes bloqueado a zona do aeroporto de Lisboa durante mais de 15 horas.
O protesto dos taxistas esteve relacionado com as novas regras para as plataformas electrónicas como a Uber e a Cabify. Os taxistas exigem que o número de veículos afectos àquelas plataformas seja limitado, à semelhança do que acontece com os táxis.
Um novo protesto foi marcado para segunda-feira junto ao Palácio de Belém e às câmaras do Porto e de Faro.