Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Opinião

A jogada de Assunção

11 set, 2016 - 09:44

A Câmara de Lisboa já serviu para lançar um Presidente da República e foi cartão de visita de dois primeiros-ministros, mas pode ser uma casca de banana para um líder partidário.

A+ / A-

A candidatura à Câmara de Lisboa é uma jogada esperada, mas arriscada, para Assunção Cristas, que, antes de mais, coloca pressão no PSD. Os sociais-democratas têm de decidir se apoiam a líder do CDS – e o líder da distrital de Lisboa já disse que não – ou se arranjam um candidato que tenha perfil e capacidade para vencer a corrida à capital – e Pedro Passos Coelho já voltou a dizer que não tem pressa.

A única vez que o CDS ganhou Lisboa foi com Krus Abecasis que teve o apoio do PSD. Já a experiência de um líder do CDS se candidatar à capital não foi de boa memória para os centristas e o cenário pode vir a repetir-se com um dos mesmos protagonistas: Pedro Santana Lopes, um dos nomes mais desejados por muitos sociais-democratas para reconquistar a Câmara de Lisboa.

Santana já disse que não, mas agora está numa fase de “talvez” e pode sempre voltar ao lugar político onde terá sido mais feliz. A concretizar-se essa candidatura – que Santana será o único que tem tempo para decidir, dado o seu nível de notoriedade – pode repetir-se o cenário de 2001 em que concorreu com o então líder do CDS, Paulo Portas, que fez uma campanha que ficou célebre pela sua promessa: “Eu fico”. Na noite eleitoral dessas autárquicas, Portas não só não ficou na Câmara, como ia ficando fora da liderança do partido. Foi salvo à última hora pela demissão de António Guterres.

Ao candidatar-se à Câmara, Assunção Cristas vai ser confrontada, durante meses, com as mesmas questões que se colocavam, então, a Paulo Portas: fica na Câmara ou no Parlamento? Continua a ser candidata a primeiro-ministro numas legislativas que tanto podem ser daqui a quatro anos como a qualquer momento?

A Câmara de Lisboa já foi base de lançamento para um Presidente da República e cartão de visita para dois primeiros-ministros, mas pode ser uma casca de banana para um líder partidário. Uma vitória autárquica em Lisboa, sem o apoio do PSD, parece muito longe e condicionaria Assunção Cristas para as legislativas. Uma derrota em Lisboa com um mau resultado pode ser o fim da sua liderança porque derrotas autárquicas é o que não falta ao CDS, mas neste caso, será uma derrota pessoal da líder do partido.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • fanã
    13 set, 2016 aveiro 17:48
    Já pensou em imigrar para Angola, ela que o faça !
  • Dr Xico
    12 set, 2016 Lisboa 14:31
    Assunção anda em grandes dilemas, quer poder, protagonismo, não tem politica definida alia-se a qualquer um. CDS ou toma rumo e passa a ser responsável e demarca-se do Passos que ainda hoje não percebeu que já ñ é 1º ministro e anda feito D. Quixote e alinha na politica da criatividade e responsável ou vai acabar no partido do TAXI
  • Ze Povinho
    12 set, 2016 Lisboa 09:21
    "Cristas", está associado a Galo...e Galo, gosta de poleiro. Assunção Cristas, anda à procura de poleiro. O problema dela é que defende políticas de Direita e, a maioria do povo, está do lado da Esquerda...e ainda bem!
  • José
    11 set, 2016 Albufeira 14:12
    É sempre melhor unificar um candidatura à direita para de derrotar as esquerdas.

Destaques V+