06 set, 2016 - 11:35 • Cristina Branco
O roubo de laranjas e outros citrinos no Algarve já representa cerca de três milhões de euros este ano, denuncia a Associação União pelo Futuro do Algarve, que pede medidas urgentes para combater o fenómeno que considera “alarmante”.
O presidente da associação, José Vitorino, apela, em declarações à Renascença, à criação urgente de uma “unidade de intervenção integrada para combater as redes organizadas, portuguesas e espanholas” a tempo da próxima campanha que começa em Outubro.
“O roubo de citrinos, feito nos próprios pomares, atinge já uma dimensão inaceitável, a rondar os três milhões de euros, o que está a provocar pânico na região”, afirma o antigo eurodeputado.
“Sem prejuízo das autoridades se mostrarem disponíveis e cooperarem, nós entendemos que se exige uma operação de grande envergadura, talvez com a criação de uma unidade de intervenção integrada entre as várias forças de segurança para desmantelar as redes criminosas, capturar e prender os cabecilhas e também proibir a venda ambulante de citrinos”, apela José Vitorino.
O presidente da Associação União pelo Futuro do Algarve sublinha que a situação está a provocar pânico entre os produtores e alerta que pode tornar-se perigosa: “Isto tende a gerar a defesa própria e isso cria depois situações perigosas, quando acaba por se fazer justiça pelas próprias mãos, que é a tendência natural."
“As redes são sofisticadas, já controlam os movimentos dos produtores e das autoridades policiais. Isto não é o roubo de quem vai roubar uma caixa ou duas de laranjas, são camiões. As redes apanham, transportam, levam para armazéns para embalagem e depois têm redes de venda nos restaurantes, no comércio, na venda volante”, descreve o presidente da Associação União pelo Futuro do Algarve.