25 ago, 2016 - 16:37 • Cristina Branco
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“Quem vai pagar e quando?”. É a interrogação de António Cardoso, pai de um dos quatro bombeiros mortos no combate ao incêndio de grandes dimensões na Serra do Caramulo, em 2013. Sem verem outra solução, ele e outros familiares das vítimas viram-se para o Governo.
António Cardoso, pai de Bernardo, que morreu com 18 anos, depois de ferido a combater as chamas ao serviço dos bombeiros de Carregal do Sal, lamenta o esquecimento do caso e não vê forma de ser paga a indemnização fixada pelo tribunal aos dois autores do incêndio, a cumprir pena de prisão.
António Cardoso: "Quem é que nos vai pagar?". Foto: Cristina Branco/RR
“Ainda não recebemos nada dos 120 mil euros. E eles estão presos, não têm nada em nome deles, como é que vão pagar? Quem é que nos vai pagar isso?”, pergunta António Cardoso, em declarações à Renascença.
Apesar de saber que o pagamento da indemnização é responsabilidade dos condenados, António Cardoso pede o apoio do Governo, perante a evidente improbabilidade de receber os 120 mil euros. “Pelo menos, auxiliem as pessoas com parte desse valor”, apela.
O pai de Bernardo Cardoso admite juntar as famílias de três do quatro bombeiros que morrem (uma das famílias desistiu do processo) para irem a Lisboa pedir a ajuda ao primeiro-ministro, António Costa.
Em 2013, morreram quatro bombeiros feridos no combate às chamas na Serra do Caramulo: dois pertenciam à corporação de Carregal do Sal, outros dois às corporações do Estoril e de Alcabideche. Nesse ano, morreram nove bombeiros. Em 2013, os bombeiros mortos em serviço ultrapassaram aquela que era até então a média anual de três mortes verificadas desde 1980.