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Afinal, Trump quer ser “justo e humano” com os imigrantes

22 ago, 2016 - 07:00

Depois de uma remodelação na equipa e de as sondagens darem vantagem à rival Clinton, fontes próximas do multimilionário dão conta de mudanças na abordagem dos temas que têm marcado a sua campanha.

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A nova directora de campanha de Donald Trump esclareceu, no domingo, que o candidato republicano à Presidência quer uma política de imigração justa.

"O que ele [Trump] diz é que é preciso fazer cumprir a lei, respeitar os americanos que estejam à procura de empregos bem remunerados e que somos justos e humanos com aqueles que vivem entre nós", afirmou Kellyanne Conway, em declarações à CNN.

Desde o início, a bandeira de campanha do empresário multimilionário tem sido a imigração – mais concretamente, a construção de um muro na fronteira com o México, que impeça a entrada de imigrantes ilegais.

“E vão ser eles a pagar por esse muro”, garantiu, prometendo ainda realizar deportações em massa.

Mas o discurso ganhou novo tom e os 11 milhões de imigrantes que Donald Trump prometia deportar é agora um tema em avaliação.

A mudança de rumo revelou-se no programa da CNN “Estado da União”, no qual Conway foi pressionada a dizer se os planos de Trump iriam incluir uma "força de expulsão" com a qual o candidato já se tinha comprometido.

"Está a ser avaliada", respondeu.

Os comentários de Conway surgem veio depois de o multimilionário ter anunciado, na semana passada, uma importante reorganização de sua campanha, da qual fez parte a nomeação de Kellyanne Conway (que substituiu Paul Manafort) e a contratação de Stephen Bannon como chefe executivo de campanha.

Por seu lado, o senador republicano Jeff Sessions, aliado de Trump, esclarece na televisão CBS que o candidato ainda estava a trabalhar nos seus planos para deportar aqueles que entraram no país ilegalmente, caso vença as eleições de Novembro.

"As pessoas que estão aqui ilegalmente, que entraram no país contra as nossas leis, estão sujeitas a serem removidas. Isso é verdade, simplesmente" e “ele está a pensar em como fazê-lo”.

Donald Trump defendia também “um total bloqueio” aos muçulmanos que tentassem entrar no país, mas depois de muitas críticas, decidiu ajustar a sua medida a países com "uma história comprovada de terrorismo".

Hiilary Clinton, a candidata democrata à Casa Branca, acusou Trump de semear divisão e disse que iria propor um caminho para a cidadania para alguns imigrantes que vivem nos Estados Unidos ilegalmente.

O ex-secretário de Estado afirmou mesmo que grupos militantes como o Estado Islâmico começaram a usar proibição muçulmana proposta de Trump como uma ferramenta de recrutamento.

O candidato apoiado pelo Partido Republicano tem vindo a descer nas sondagens nas últimas semanas, nomeadamente em estados cruciais como Pensilvânia e New Hampshire, onde Hillary Clinton tem aumentado a vantagem.

Na sexta-feira, a sondagem divulgada pela Reuters /Ipsos revelava Clinton acima de Trump nas intenções de voto em 8 pontos percentuais. O multimilionário caiu de 42% para 34%.

Num comício durante o fim-de-semana, em Fredericksburg, Virgínia, Donald Trump prometeu retornar o Partido Republicano aos valores do Presidente Abraham Lincoln, que emitiu a Proclamação da Emancipação e defendeu a 13ª Emenda na Constituição dos Estados Unidos durante a Guerra Civil dos EUA, que levou à abolição da escravatura em 1865.

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