16 ago, 2016 - 08:30
A polícia da Turquia lançou esta terça-feira uma operação de captura a 120 empresários do país. Para tal, efectuaram raides simultâneos em 44 empresas.
As companhias são acusadas de dar apoio financeiro a Fetullah Gullen, o líder do movimento muçulmano que o governo turco acusa de estar envolvido no golpe militar de Julho.
A operação policial começou em dois bairros da cidade de Istambul e faz parte da “limpeza” que o Presidente Tayyip Erdogan pretende fazer no país. Na sequência do golpe de Estado na Turquia – que Erdogan já considerou um “presente de Deus” – foram detidas mais 35 mil pessoas até agora.
A “purga” em curso no país abrange vários sectores da sociedade, como justiça e educação, além do militar. Na segunda-feira, foram detidos vários funcionários judiciais, na sequência de 173 mandados de detenção.
Até ao momento foram destituídos 50.000 funcionários, públicos e privados, a maioria integradas no sector educativo.
As autoridades ordenaram também o encerramento de 45 jornais e 16 canais de televisão, depois de já terem mandado encerrar três agências noticiosas, 23 estações de rádio, 15 revistas e 29 editoras.
Na tentativa de golpe de estado de 15 para 16 de Julho, alegadamente contra Erdogan, fez 237 mortos e mais de dois mil feridos.
O executivo turco declarou o estado de emergência e desencadeou uma purga em diversos organismos estatais para localizar os alegados seguidores de Fethullah Gülen, o clérigo islamita exilado nos Estados Unidos e que Ancara acusa de ter patrocinado o golpe.