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​Costa escreve a Juncker: sancionar o bom aluno “seria difícil de entender”

07 jul, 2016 - 07:49

Primeiro-ministro sublinha na missiva que aplicar sanções a quem tem sofrido uma dura recessão económica pode encorajar sentimentos anti-europeus.

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O primeiro-ministro promete empenho no cumprimento das recomendações da Comissão Europeia (CE) em relação aos procedimentos por défice excessivo e respeitando as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Foi o que António Costa escreveu na carta que enviou na segunda-feira, 4 de Julho, ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ao presidente em exercício do Conselho da Europa e primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

De acordo com o jornal “Público”, que divulga o conteúdo da missiva na edição desta quinta-feira, Costa lembra que o processo de ajustamento das contas públicas foi “directamente monitorizado pela CE, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)”, destacando que “Portugal foi sempre apontado pelas instituições como um exemplo de bom cumprimento do programa de ajustamento” e que “seria assim difícil de entender uma inversão de posição”.

O governante reforça os argumentos, reafirmando que as sanções não fariam sentido “no primeiro ano em que a CE tem conhecimento de que Portugal atingirá pela primeira vez um défice abaixo dos 3% do PIB”.

“Há fortes argumentos económicos e políticos que permitem que as duas instituições – a Comissão e o Conselho – concluam que houve acção efectiva para corrigir o défice excessivo em 2015 e, por isso, pôr de lado a possibilidade de impor sanções”, garante.

2016 a correr bem

O primeiro-ministro refere ainda que a Comissão e o BCE têm conhecimento de que em 2016 a execução orçamental entre Janeiro e Abril se têm mantido nos limites previstos. Costa frisa que o défice em 2015 foi de 3.2%, ou seja, teve um desvio de 0.2%, o que correspondem a menos de 350 milhões de euros. E sublinha que deve ser valorizado que, em resultado do “processo de ajustamento, o défice português, excluindo as medidas temporárias e excepcionais, reduziu de 8.6% do PIB para 3.2 do PIB em 2015”.

Remetendo-se às regras do Tratado Orçamental, Costa defende que “a existência de défice excessivo não resulta automaticamente na aplicação de sanções” e que devem ser consideradas as consequências que podem advir dessa decisão. Escreve Costa que seria “contraproducente” pois tornaria “mais difícil a consolidação orçamental” e teria impacto negativo nos mercados financeiros internacionais.

Um outro argumento é que isso “não seria entendido pelos portugueses, que têm passado por uma dura recessão económica e sofreram medidas de austeridade, ariscando-se a encorajar sentimentos anti-europeus”.

A carta é divulgada publicamente no mesmo dia em que se espera que a Comissão Europeia divulgue oficialmente a posição de remeter a decisão sobre a aplicação de sanções para o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia, que se reúne no dia 12 de Julho.

Comentários
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  • Luis
    07 jul, 2016 Lisboa 13:48
    Este costa é um nojento, não presta para nada, agora Portugal já é bom aluno mas a pala do governo anterior que tanto criticou.
  • Fred
    07 jul, 2016 Lx 13:39
    Porque nao escreve a explicar o que portugal fez aos 63579 M€ que a UE já nos deu desde 1986?!?
  • MANUEL
    07 jul, 2016 Porto 12:59
    sou de uma vila do distrito do porto , concelho de santo tirso 4. 800 habitantes tem 25 cafes , moro numa cidade em França de 25.000 habitantes tem 5 cafes , cada um que compreenda como quiser , SR Costa PM de Portugal as dividas sao para pagar , feche um terço de cafes e envie o povo trabalhar ,e assim ja pode baixar os impostos , e cumprir os seus deveres de bon aluno
  • Alex
    07 jul, 2016 funchal 12:01
    Tanto sacrificio que o povo português para que? Querem que voltemos a chamar a TROICA?. Caso venhamos sofrer sanções, não digo que façamos como o Reino Unido, mas sou de opinião de que os portugueses deviam boicotar as próximas eleições europeias.
  • Os confusos
    07 jul, 2016 Lisboa 11:49
    Não se dão conta do que pensam, quanto mais do que dizem... Ontem, vi na televisão um português que estava em Lyon para assistir ao jogo de Portugal, tendo gasto um valor considerável no bilhete e na deslocação a França, que dizia: "Portugal não merecia estar aqui, pelos maus jogos que tem feito..." Que contradição mental... E é esta a mentalidade pequena que infelizmente ainda temos e que nos faz ser mais pequenos em relação aos outros. Então, como portugueses, não devíamos estar unidos em torno desta questão e de tantas outras? E quais os anos a que se reportam os défices excessivos? Será este, que ainda não acabou? Claro que não. São os anos de 2012 a 2015, que coincidem com o governo de Passos Coelho. Deixem a clubite para trás, porque quem está a jogar é a Seleção.
  • Pedro Alves
    07 jul, 2016 Coimbra 11:04
    Se Portugal e Espanha ( países dos grandes estádios e do futebol ... ) não tiverem as sanções descritas nos acordos, acabam por ser países como a Roménia, Bulgária, Estónia, Eslováquia, etc, etc ( que não podem ter grandes estádios nem embarcar em loucuras ) a pagar indiretamente .
  • A.Moura
    07 jul, 2016 Lx 10:51
    Agora serve-lhe o argumento do " bom aluno", que ele tanto criticou. Não vale de nada. É muito admirado pela sua " habilidade" política, mas esta tem limites. E os limites são a economia e o défice orçamental. Mijas fora do penico e estás a apanhar. Quem se mete com o Schauble, apanha! Lamento mas os tempos não estão para esquerdas esquerdistas ou alianças de esquerda esquerdistas...
  • Alvaro Rosa
    07 jul, 2016 Lisboa 10:25
    Senhor Primeiro Ministro de Portugal, porquê tanta fantochada em relação ás sanções? De certeza, que um simples REFERENDO, resolveria tudo, porque esses fantoches da UE, são gente porca e miserável, começando na Alemanha e acabando no Junker, que parece um esquentador,e o palhacito da Holanda ,pois a Inglaterra está a borrifar-se para os grandes lóbis dos financeiros, não há desgraça nenhuma para quem saia desse covil ,nem é pecado mortal sair vamos ver a Inglaterra a desenvolver-se e ser um país e um povo livre e forte .
  • Jorge
    07 jul, 2016 Coimbra 10:20
    Paga o que me deves, e deixa de debitar baboseiras!
  • catarina martins
    07 jul, 2016 bloquista 10:15
    Camarada não ponhas as culpas nos outros pois elas são todas tuas somente tuas e do centemero, diga-se ministro das finanças quem de direito atire contigo rapidamente senão coitado do zé povinho sua besta

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