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A polémica das sanções a Portugal em 42 frases

03 jul, 2016 - 12:53

Uma compilação de declarações de protagonistas que ajuda a perceber os avanços e os recuos da discussão.

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A agência Lusa seleccionou um conjunto de 42 frases que ajudam a compreender como evolui a discussão relativamente às possíveis sanções a impor a Portugal no âmbito do procedimento por défice excessivo.

“Vamos bater-nos contra essa decisão, se ela for tomada, porque não é justa. Não é razoável que a Comissão Europeia, depois de aplaudir as políticas que geraram esses resultados, venha agora impor sanções. Compete-me defender o Estado Português.”

António Costa, primeiro-ministro

SIC, 11-05-2016

“O que este Governo está empenhado em fazer é a execução orçamental de 2016 e cumprir aquilo que foram os compromissos que assumiu com a União Europeia. Acho que isso vai ser muito valorizado no momento de tomar uma decisão.”

Mário Centeno, ministro das Finanças

Lusa, 11-05-2016

“Estou convencido que se essa for a sua vontade, o Governo saberá junto da Comissão Europeia mostrar que o país terá um défice inferior a 3% este ano. Agora eu não posso responder por isso porque não sou primeiro-ministro.”

Pedro Passos Coelho, presidente do PSD

13-05-2016

“Seria injusto e prejudicial para o esforço de ajustamento – que claramente continua a ser necessário – que fossem impostas sanções a Portugal devido ao desempenho de 2015.”

Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, em carta enviada ao vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis

13-05-2016

“Espero que o Governo consiga fazer voz grossa em Bruxelas, como prometeu, e certamente usar as suas influências, as suas amizades políticas, esperando que possa ajudar Portugal nesta matéria e os interesses do país que é ficar abaixo dos três por cento.”

Assunção Cristas, presidente do CDS

13-05-2016

“Presto homenagem ao Governo anterior. Acho que o Governo anterior fez tudo aquilo que Bruxelas achava que era necessário fazer para cumprir a meta do défice e acho muito injusto que venha agora Bruxelas dizer que o Governo anterior não se empenhou e não fez tudo o que podia fazer para que essa meta fosse atingida.”

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

14-05-2016

“Virámos uma página e pela primeira vez, este ano, com este Governo, com este orçamento, a própria Comissão Europeia reconhece e a previsão que faz é que pela primeira vez fiquemos com um défice abaixo de três por cento.”

António Costa

15-05-2016

“É preciso fazer voz grossa a Bruxelas, depois de quatro anos no governo, sempre a piar baixinho, sempre a falar baixinho.”

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP

17-05-2016

“Nós não temos de ser sancionados pelas políticas que fracassaram e que foram impostas por Bruxelas e pela ‘troika'. Neste momento, o que temos é de ser indemnizados pelas consequências dessas mesmas políticas que trouxeram mais exploração, mais desigualdade e mais empobrecimento.”

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP

18-05-2016

“Depois de tantos elogios da ‘troika’ ao Governo anterior, será irónico e cínico se a Comissão Europeia vier a propor a aplicação de sanções a Portugal.”

Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças

Jornal de Notícias, 21-05-2016

“As sanções são absolutamente uma possibilidade, estão nas nossas regras e regulamentos, e quando olhamos para a situação atual em Portugal e Espanha há razões sérias para considerar a sua aplicação.”

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo

24-05-2016

“Vemos aqueles que se julgam donos da União Europeia a pressionar, a chantagear e agora também a ameaçar com sanções contra Portugal. Hoje, foi o ministro alemão das Finanças, que disse que devíamos ser multados, quando eles próprios não respeitam as regras impostas.”

Jerónimo de Sousa

25-05-2016

“Wolfgang Schauble não faz avisos sérios a países, nem nenhum ministro faz avisos sérios a qualquer país. Existem instituições europeias e são essas que decidem.”

João Galamba, porta-voz do PS

25-05-2016

“Não quero acreditar que haja uma gestão política desse critério das sanções em função da atual maioria. Aí seria de facto o cúmulo, sancionar uma maioria política que não se gosta pelo resultado alcançado por uma maioria política que era tão amada e apresentada como um aluno exemplar.”

António Costa

26-05-2016

“Não vi nenhum sinal de preocupação da chanceler Angela Merkel em relação a Portugal, vi sim sinais de compreensão, não de preocupação, mas compreensão.”

Marcelo Rebelo de Sousa

30-05-2016

“Sabem que costumo ser muito direto: sou contra as sanções a Portugal, claro e simples. Sei que o Governo português está a negociar com a Comissão e internamente no país e tenho a certeza que haverá uma solução muito construtiva.”

Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu (PE)

04-06-2016

“Portugal não tem nenhuma razão para receber sanções pelo passado e pelo futuro só o terá se [o Governo] não vier a cumprir.”

Pedro Passos Coelho

06-06-2016

“A Comissão Europeia não tem que sancionar o nosso país, tem sim é de ressarcir o nosso país pelo dano que foi causado.”

Catarina Martins, coordenadora do BE

10-06-2016

“Espero que o Governo se sinta livre para falar dos resultados que atingimos, independentemente de o terem sido por um Governo que não era do PS.”

Pedro Passos Coelho

11-06-2016f

“Acho que as sanções não fazem sentido e que seriam um erro. Temos que ver se pomos a casa em ordem e se gerimos as coisas o melhor possível e, se assim for, temos bons argumentos para que não haja razões para sanções, independentemente do facto de o défice ter sido superior aos 3%. Não podemos é ‘falar grosso’ e fazer de conta que não é nada connosco.”

Teodora Cardoso, economista

17-06-2016

“[No caso francês] não havia provas suficientes que mostrassem falta de ação por parte das autoridades em tentar corrigir o défice. (…) Nos casos de Espanha e Portugal há mais preocupações com falta de ação dos governos.”

Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia

Público, 18-06-2016

“Não pode haver uma Europa punitiva. Portugal fez muitos esforços que o povo português suportou. É preciso respeitar estes compromissos e ao mesmo tempo ter em conta os compromissos tomados pelo Governo de António Costa diante do povo. Por isso, evidentemente que apoiamos muito o Governo português.”

Manuel Valls, primeiro-ministro francês

18-06-2016

“É reconfortante observar que Portugal já teve um longo percurso desde a última crise financeira e quero ser muito claro, porque de certeza que Portugal está no caminho certo, não tenho dúvidas.”

Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu

20-06-2016

“Se tomar uma iniciativa gravíssima de provocar Portugal, a Comissão declara guerra a Portugal. Pior ainda, se aplicar sanção e usar para pressionar o Orçamento [do Estado] para 2017 com mais impostos, declara guerra a Portugal. E Portugal só pode responder recusando as sanções e anunciando que haverá um referendo nacional.”

Catarina Martins

26-06-2016

“Vamos aplicar o Pacto de Estabilidade com coração e inteligência.”

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia

28-06-2016

“Se houver um bocadinho de vergonha e de decência, não se pode sancionar o país que mais esforços fez de consolidação orçamental estrutural em todos estes anos e dos que mais cumpriu, a seguir à Irlanda, aquilo que foram as metas estabelecidas.”

Pedro Passos Coelho

28-06-2016

“Se isso vier a acontecer, isso seria um péssimo sinal, significaria que a Comissão Europeia não perceberia o que se está a passar hoje na Europa. É absolutamente ridículo estarmos a discutir 0,2% da execução orçamental do anterior Governo.”

António Costa

28-06-2016

“Em relação às sanções, depende muito do que o Governo português agora disser e fizer. O mais importante para os parceiros europeus é averiguar até que ponto é que Portugal está verdadeiramente decidido a manter as reformas estruturais e a manter prudência orçamental.”

Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia

28-06-2016

“Portugal estaria a cometer um erro enorme, se não cumprirem com os compromissos que assumiram. Portugal teria então de pedir um novo resgate. Os portugueses não querem um novo programa e eles também não precisam se cumprirem com as regras europeias.”

Wolfgang Schauble

29-06-2016

“Este é um Governo que nasceu para enfrentar e resolver desgraças. É isso que estamos a fazer e que iremos continuar a fazer.”

António Costa

29-06-2016

“Quando estamos a oito dias de uma decisão europeia - sobre qualquer país, não é sobre Portugal - começa a haver notícias nalguns jornais, declarações aqui e acolá, especulações aqui e acolá: vai acontecer, não vai acontecer. Isto em política chama-se pressão política ou especulação política.”

Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as declarações de Wolfgang Schauble

29-06-2016

“A última coisa que precisamos neste momento é de incendiários. Já chega a situação complicada no Reino Unido.”

João Galamba

29-06-2016

"Hoje aconteceu mais um episódio de chantagem, de arrogância, de ingerência. (…) Não é preciso responder à letra, mas um pouco de brio patriótico é exigível às instituições, designadamente ao Governo da República para dizer lá no seu país manda ele e em Portugal mandam os portugueses”.

Jerónimo de Sousa

29-06-2016

"Quando estamos a falar de circunstâncias limite como são as que estão associadas a um pedido de ajuda externa tem de haver um comedimento muito grande, ainda para mais por parte de alguém [Wolfgang Schauble] que tem responsabilidades como ele tem".

Pedro Passos Coelho

30-06-2016

"Escrevo a V.Exa porque Portugal precisa da sua ajuda e merece-a (…). A aplicação de sanções seria injusta, contraproducente e dividiria ainda mais a Europa, em vez de uni-la".

Peter Villax, diretor da Associação das Empresas Familiares, em carta ao presidente do PE

30-06-2016

"Este não é tempo para aplicar sanções nem a Portugal, nem a Espanha, nem a qualquer outro país. Depois da saída do Reino Unido da União Europeia, este tempo é para recuperar a confiança no projecto europeu".

Gianni Pittella, líder dos deputados da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no PE

01-072016

"O único país que preocupa é Portugal, independentemente do ‘Brexit', porque o Governo está a voltar atrás nas reformas".

Klaus Regling, presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade

01-07-2016

"Cada um escolhe aquilo que o preocupa. Faz parte da natureza humana às vezes ter preocupações estranhas ou inesperadas. Mas temos de respeitar a preocupação de cada qual".

Marcelo Rebelo de Sousa

01-07-2016

“As instituições europeias que executaram o programa de ajustamento com o Governo português, que passaram o tempo a dizer que o Governo português tinha cumprido todos os problemas, que eram mesmo os alunos exemplares da execução, quando finalmente chegam ao fim do programa e constatam que, afinal, em 2015, esse excecional Governo excedeu em 0,2% os limites do défice, então agora é que vêm aplicar sanções”.

António Costa

01-07-2016

"Se a Comissão Europeia e o Conselho Europeu decidirem que Portugal e Espanha falharam objetivos, a Comissão irá propor, entre outras medidas, que os fundos estruturais sejam congelados para os dois países".

Valdis Dombrovskis

02-07-2016

"O bom senso imporia que não se aplicasse sanção nenhuma ao Governo de Passos Coelho, que não merece, e não aplicar sanção nenhuma ao Governo de António Costa que, na pior das hipóteses, ainda não merece, e na melhor das hipóteses nunca merecerá".

Marcelo Rebelo de Sousa

02-07-2016

"Se eu ainda fosse ministra das Finanças, esta questão não se estaria a colocar para Portugal neste momento".

Maria Luís Albuquerque

02-07-2016

“Se houver sanções e se a nível europeu não for possível enterrar o tratado das sanções, que se referende em Portugal se deixamos ou não que esse tratado se transforme em tratado europeu para que possamos cá lutar por essa coisa tão importante chamada a dignidade do nosso país e a dignidade de cada um e de cada uma de nós”.

Catarina Martins

02-07-2016

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  • iFernando
    03 jul, 2016 Porto 14:08
    Acho bem que travem a Festa da Esquerda, antes que bloco/ps tenha novamente que chamar o FMI por causa da crise mundial.

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