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Taróloga aconselha “paciência” a vítima de violência doméstica na TV

02 jun, 2016 - 22:55

Vídeo gerou indignação nas redes sociais. Carla Duarte diz ainda que a “violência gera violência” pelo que a espectadora deve fazer o que puder para “cortar o ciclo”.

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Está a causar polémica nas redes sociais um vídeo em que uma taróloga aconselha uma alegada vítima de violência doméstica a ter paciência com o seu marido.

A rubrica é “A vida nas cartas – O dilema”, que passa na SIC, onde a taróloga Carla Duarte recebe chamadas de telespectadores a quem dá respostas com base na suposta leitura das cartas de tarot.

Esta quinta-feira de manhã Carla Duarte atendeu uma senhora que afirmou sofrer de violência doméstica há mais de 40 anos. Sem tentar aprofundar a acusação nem oferecer qualquer tipo de conselho prático, como de contactar as autoridades ou uma associação especializada em apoiar vítimas deste tipo de crime, Carla Duarte prosseguiu com a leitura das cartas de tarot.

Foi então que surgiram as recomendações. A taróloga assegurou a espectadora de que o seu marido não tem qualquer amante e disse que ele “procura uma mãe” na relação, pelo que a senhora lhe devia “dar mimo”.

Carla Duarte disse ainda que a “violência gera violência” pelo que a espectadora deve fazer o que puder para “cortar o ciclo”.

O vídeo chegou rapidamente às redes sociais, onde está a motivar muitos comentários e críticas. A SIC ainda não reagiu publicamente a este incidente.

Comentários
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  • Manuel
    03 jun, 2016 Gondomar 16:00
    Bom o título da notícia está mal: não resume o que lhe foi dito. A recomendação não foi de ter paciência, foi, em geral, de mimar o marido. E isso está certo. A senhora pediu uma sessão de Tarot e foi o que lhe foi dado. A única coisa que lhe podiam ter dito é que ela podia apresentar queixa ou denunciar o crime ou até que existiam meios para a apoiar, etc. Fora isso o comportamento da taróloga foi e x e m p l a r.
  • Zita
    03 jun, 2016 LIsboa 14:08
    Lá está o ditado "quanto mais me bates mais eu gosto de ti", quer dizer o que eu devo fazer é: quando me baterem eu dou um beijinho nem que seja à força! ou se me derem uma cacetada com uma tranca deve dar beijinhos. Será o que a senhora faz?
  • Saul
    03 jun, 2016 Bemposta 12:34
    Voces não percebem nada do negócio... Se ela disse aconselhasse para a senhora procurar os serviços de apoio à vitima, perderia uma cliente.
  • António C. Mendes
    03 jun, 2016 Santarém 11:31
    As televisões podem, impunemente, bovinizar a sociedade com conteúdos destes e outros, como os Ligue 360...... com pseudo-comunicadores aos berros durante horas a vender telefonemas e os reality shows (estes nem me atrevo a classificar) . Mas o necessário é acabar com coisas como a tauromaquia.
  • fanã
    03 jun, 2016 aveiro 10:48
    Há lugares próprios para depor queixa , mas pelos vistos ainda há pessoas que gostam de se exibir inutilmente e participar nestes ridículos e vergonhosos programas , só falta a esta Sra ir a Bruxa !!......................................ou se calhar também já foi!
  • Estes programas
    03 jun, 2016 Port 10:21
    Em televisões responsáveis deveriam ter as emissões em horas de fraca audiência. Isto também é violencia doméstica!...Tarologas em negócio! Não sabem fazer mais nada, dedicam-se a actividades de "ciencias" ocultas! E infelizmente os pobres de espirito ainda lhes dão trela!
  • ana
    03 jun, 2016 lisboa 01:18
    Tarólogas da treta, ganham a vida á conta do desespero dos outros.
  • Luis
    02 jun, 2016 Setúbal 23:44
    Bem....aqui há uns tempos vi uma conhecida taróloga ...num destes programas da tv dizer a uma senhora que se queixava de uma doença que o médico lhe diagnosticara e após ter tirado uma carta dizer à senhora que não tinha nada e que não se preocupasse....nunca mais me esqueci disto, e ainda hoje me pergunto como é possível passarem estes programas impunemente na tv generalista. Agora, por outro lado...se chegou às redes sociais, presumo que seja o próximo linchamento na calha...uma vez que as redes sociais se transformaram em tribunais populares medievais que funcionam como uma matilha de caça ás bruxas da idade média...procurando avidamente almas para queimar nas fogueiras da inquisição (vulgo redes sociais). Isto resolvia-se nas entidades fiscalizadoras da comunicação social e não nas redes sociais.

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