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Lesados do BES optimistas. Admitem acordo nas próximas semanas

24 fev, 2016 - 21:43

"Parece-nos que o processo terá um fim positivo, onde haja um ressarcimento das pessoas", disse o presidente da associação que representa os lesados, no final de uma reunião no Banco de Portugal.

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A Associação de Lesados de Papel Comercial do GES saiu esta quarta-feira da reunião com o Banco de Portugal a acreditar que será encontrada uma solução que permita recuperar parte do dinheiro investido e que poderá haver novidades em três semanas.

"Parece-nos que o processo terá um fim positivo, onde haja um ressarcimento das pessoas", disse Ricardo Ângelo, presidente da Associação de Lesados de Papel Comercial do Grupo Espírito Santo (GES), considerando que poderá haver um esboço de acordo já entre duas a três semanas.

De acordo com o responsável, nos últimos dias houve uma "mudança notória de comportamento", sobretudo da parte de Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e até de entidades políticas que faz crer agora num fim positivo.

Segundo o dirigente desta associação, no encontro de hoje, que durou cerca de duas horas, os representantes do supervisor e regulador bancário o que fizeram foi informar "de todas as negociações que decorrem com a CMVM [Comissão de Mercado e de Valores Mobiliários] e com o Governo".

Não foi adiantada, no entanto, qualquer solução que permita aos cerca de 2.000 clientes recuperarem os cerca de 400 milhões de euros investidos em papel comercial de empresas do GES e que foram vendidos aos balcões do BES antes da resolução deste banco.

Apesar disso, Ricardo Ângelo considerou que, pela conversa tida, há "boa vontade de todas as partes para que haja uma solução".

Já esta sexta-feira, disse o dirigente da associação, haverá uma nova reunião entre Banco de Portugal, CMVM e Governo para tentar encontrar uma solução, sublinhando que os encontros estão a suceder-se com regularidade.

A questão dos lesados do papel comercial ganhou ainda mais ênfase depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter há uma semana censurado publicamente o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, por estar a "arrastar" uma solução.

"Tenho que lamentar a forma como a administração do Banco de Portugal tem vindo a arrastar uma decisão sobre esta matéria, a impedir que rapidamente esta solução proposta pelo Governo, e que foi aceite já pela maioria dos lesados do BES, pudesse estar já implementada", afirmou a 17 de Fevereiro o chefe de Governo.

Em Junho de 2015, o governador do Banco de Portugal disse no parlamento que a solução para os lesados do BES tinha de vir da CMVM e não da entidade que dirige uma vez que se tratam de valores mobiliários e não de depósitos e reafirmou que as responsabilidades pelos lesados do papel comercial do BES não podem ser atribuídas ao Novo Banco, mas sim ao próprio BES.

Desde que o Banco Espírito Santo (BES) foi alvo de uma medida de resolução, no verão de 2014, que clientes do retalho detentores de papel comercial do GES, que compraram os títulos aos balcões do BES, têm vindo a desenvolver várias ações com vista a recuperar o dinheiro investido. .

De acordo com as informações recolhidas pela Lusa, são actualmente 2.040 os subscritores de papel comercial que reclamam cerca de 400 milhões de euros.

Comentários
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  • dr Xico
    25 fev, 2016 Lisboa 14:45
    E OS OPORTUNISTAS?? Como vão saber quem andou a ganhar e negociar ações do grupo BES anos a fio a ganhar fortunas e agora ke viram o rabo a arder já são os coitadinhos. Eu tb tenho ações na bolsa e estou a perder dinheiro e nem por isso peço a todos os portugueses para descontarem + impostos para me ressarcirem dos prejuízos dos meus maus negócios.
  • R.Mendes
    25 fev, 2016 Lisboa 11:59
    Depois de tudo o que se ouve gostaria de perguntar como fica o Ricardo Salgado com uma reforma brutal e as pessoas que trabalharam uma vida inteira para terem alguma coisa, ficam sem nada? que politica e politicas são estes? e a justiça onde esta? somos nós que vamos pagar isto tudo?!!!!!
  • Pinto
    24 fev, 2016 Custoias 23:00
    Os cidadãos deste país estão feitos ao bife, estou quase como o outro, o que é preciso saber como fazê-las.
  • Rosa Moreira
    24 fev, 2016 Lisboa 23:00
    Sobre isto dos "lesados do BES", que, ao que consta são 2050 e vão ser ressarcidos com 400 milhões (qualquer coisa como 200 mil a cada um) , eu gostava de saber a opinião das meninas do BE. Onde é que o estado está a pensar ir buscar essa dineheirama toda? Aos bolsos de cada português? Vamos pagar nós uma decisão mal amanhada dos lesados que enquanto estiveram a receber juros bem altos não se lembraram que aquilo podia dar raia? Já todos reparámos que o BE tinha opinião negativa sobre tudo e mais um par de botas no tempo da Coligação. Agora, desde nov, estão mudos, não há quem lhes ponha a vista em cima, sobretudo qdo os assuntos são delicados e é preciso afrontar o governo de costa por causa disto ou da vergonha dos impostos e do "aumento" das pensões mais baixas (90 cêntimos é ultrajante). Aí, alto e pára o baile, que não convém levantar ondas... por enquanto. Já a minha avó dizia que a política era uma choldra e quem entrava nela era para se governar. Doutas palavras de uma pessoa que não sabia ler nem escrever mas que conhecia os homens, pelos vistos.
  • Pinto
    24 fev, 2016 Custoias 22:38
    Não entendo porque é que este pequeno país consegue ter mais ladrões do que qualquer outro país. Se querem o dinheiro só têm que ir ter com quem vos roubou e com aqueles em quem vocês confiaram.. O país e o cidadãos não t~em que pagar as burlas dos outros, entendam-se com o Salgado e a sua comitiva. Se estivessem num estado islâmico muitos Ricardos já tinham sido enforcados.

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