27 jan, 2016 - 21:52
A Presidente do Brasil declarou guerra ao mosquito responsável pela transmissão do perigoso vírus Zika. Dilma Rousseff pediu aos pediu aos líderes da América Latina que unam esforços.
As declarações foram feitas em Quito, no Equador, numa cimeira da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe (Celac).
Dilma Rousseff lembrou que o Governo brasileiro mantém "extremo empenho" para acabar com as condições de criação do mosquito “Aedes aegypti”, o responsável pela transmissão da doença.
Como ainda não há uma vacina contra o Zika, a Presidente frisou a importância do combate ao mosquito.
Vacina a dez anos de distância
Os cientistas norte-americanos que estão a estudar o Zika avisam que pode demorar cerca de uma década até que seja criada e comercializada uma vacina eficaz contra o vírus.
Os esforços estão a ser liderados por uma equipa da Universidade do Texas, que já deslocou ao Brasil para investigar e recolher amostras, avança a BBC.
Estas amostras estão agora a ser analisadas e estudadas num laboratório de alta segurança, em Galveston, nos Estados Unidos. O acesso é controlado pela polícia e pelo FBI.
Os cientistas explicam que a vacina pode começar a ser testada dentro de dois anos, no entanto, deverá demorar uma década até ser aprovada pelas autoridades de saúde.
O director da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil, Jarbas Barbosa, anunciou que os Estados Unidos e o Brasil devem assinar, já esta semana, um protocolo para começarem a desenvolver a vacina contra o Zika.
Quase 300 casos de microcefalia em bebés
As preocupações com o Zika aumentaram no ano passado, depois de o Ministério da Saúde do Brasil começar a investigar se o aumento dos casos de microcefalia no país foi provocado pelo transmissão do vírus durante a gestação.
Um boletim divulgado esta quarta-feira pelo Ministério da Saúde confirmou que 270 crianças nasceram com microcefalia por infecção congénita, mas isso não significa necessariamente que o problema foi causado pelo vírus.
Decorrem ainda investigações a mais 3.448 casos suspeitos.
A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos, além do Zika, como a sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e o herpes viral.
Além do Brasil, o Zika já foi referenciado em 23 países da América Latina, África e Oceânia.