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Governo vai investigar se houve mais mortes no S. José por falta de médicos

24 dez, 2015 - 16:20

O director do serviço de neuro-radiologia do hospital de São José, José Reis, avançou entretanto que todos os fim-de-semana há entre uma a duas dezenas de pessoas vítimas de AVC que ficam sem tratamento por falta de equipas especializadas.

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O ministério da Saúde quer saber se houve mais mortes no hospital de São José em Lisboa por falta de equipas especializadas a trabalhar aos fim-de-semana.

O semanário “Expresso” avançou esta quinta-feira que podem ter sido cinco as mortes no hospital por falta de neurocirurgia de emergência ao sábado e domingo.

O secretário de estado da Saúde, Manuel Delgado, assegura que o governo está empenhado em conhecer a verdade.

“Estamos averiguar estas ocorrências que são manifestamente inaceitáveis e de que o ministério da Saúde não tinham conhecimento. Tudo estamos a fazer para que essas situações sejam ultrapassadas, e não é aceitável que hospitais centrais como o São José não dêem resposta em áreas em que há competências para o efeito”, disse o governante.

A morte de um homem de 29 anos, David Duarte, no passado dia 14 com um quadro clinico que apontava para uma hemorragia cerebral motivada por um aneurisma está a criar um terramoto no meio hospitalar.

O director do serviço de neuro-radiologia do hospital de São José avançou entretanto com mais um dado, em declarações à RTP. José Reis garante que todos os fim-de-semana há entre uma a duas dezenas de pessoas vítimas de AVC que ficam sem tratamento por falta de equipas especializadas.

“Na grande Lisboa há 12 a 20 casos de AVC por fim de semana. Estes casos são mais complicados do que os de aneurismas, porque esses podem esperar 24 a 48 horas. Muito raramente acontece o que aconteceu. No AVC a janela terapêutica é de seis horas”, garante.

A Renascença apurou entretanto que o ministério da Saúde já tem na sua posse o relatório circunstancial dos factos em torno da morte do homem de 29 anos no São José.

O ministro decidiu por outro lado aceitar o pedido de demissão do Presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro.

Hospital abre inquérito

O conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central abriu hoje um inquérito interno para apurar se mais doentes com ruptura de aneurisma terão morrido no hospital de São José por falta de especialistas para operar.

"Face às notícias vindas hoje a público sobre as mortes de doentes com ruptura de aneurisma, o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) informa que o conselho de administração abriu um processo de inquérito interno para apuramento dos factos relatados", refere um comunicado do CHLC.



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