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Nações Unidas

Mulheres são mais mal pagas e têm menos acesso a cargos de topo

14 dez, 2015 - 08:10

Relatório da ONU revela que as mulheres são mais propensas a ter "emprego vulnerável”: desenvolvido para si próprio ou para outrem em contextos informais, onde os ganhos são frágeis e a segurança social é mínima ou inexistente.

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As mulheres ganham menos, a sua condição laboral é mais vulnerável e têm menor acesso a cargos de chefia, assinala o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado esta segunda-feira.

No que respeita a trabalho remunerado, as mulheres "ganham menos, o seu trabalho tende a ser mais vulnerável e estão sub-representadas nos cargos de gestão e de tomada de decisão", assinala Helen Clark, responsável do PNUD, no prefácio ao relatório.

Num documento em que a condição laboral da Humanidade assume um lugar de destaque, Helen Clark acrescenta que, no trabalho não remunerado, se verifica "uma desproporção na partilha das tarefas domésticas", que estão maioritariamente a cargo das mulheres.

De acordo com o documento, 59% do trabalho realizado globalmente é remunerado, sendo aí a participação masculina quase o dobro da feminina: 38% versus 21%.

A situação inverte-se no caso do trabalho não remunerado, que constitui 41% do trabalho total e no qual 31% é assegurado pelas mulheres, cabendo apenas 10% aos homens.

Globalmente, as mulheres ganham menos 24% do que os homens e ocupam apenas 25% dos cargos de administração e de gestão, sendo que 32% das empresas não têm quaisquer administradoras.

O problema agrava-se na América Latina, onde "as gestoras de topo ganham, em média, pouco mais de metade (53%) dos salários dos homens com o mesmo cargo", lê-se no relatório.

A política é outra arena de desigualdade, com os elementos do sexo feminino a deterem somente 22% dos assentos nos parlamentos nacionais.

Na maioria das regiões as mulheres são também mais propensas a ter o que o PNUD designa por "emprego vulnerável": trabalho desenvolvido para si próprio ou para outrem em contextos informais, onde os ganhos são frágeis e a segurança social é mínima ou inexistente.

Apesar das múltiplas desvantagens com que têm de lidar no mundo do trabalho, na maior parte dos países as mulheres trabalham mais do que os homens, estimando-se que contribuam com 52% do trabalho global.

Comentários
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  • Rodrigo
    28 jun, 2016 porto 10:12
    E os estudos que apontam as desvantagens, dificuldades e riscos que os homens enfrentam?! Porque é que insistem em apontar só as desvantagens (que, cada vez mais, já não as são) das mulheres, e pintar o homem sempre como um bicho?! É essa a "igualdade" que procuram?! Parece-me que esta guerra de géneros, perpetuada pelos media, só serve mesmo para dividir ainda mais, quando o que deviam fazer era igualar e unificar.... Mas, pronto, se calhar, isso já não venderia tanto, por isso, que se lixe a informação imparcial...
  • Manuel
    14 dez, 2015 Lisboa 13:00
    Outra vez isto? Está mais do que provado de que isto é um mito porque não tem em conta diferenças diferenças como a ocupação, posição, educação, senioridade e horas de trabalho por semana. Quando tudo isto é considerado, o "wage gap" é nulo. Há literalmente dezenas de estudos que comprovam que isto é um mito e, no entanto, só fazem favores a esta new-wave do feminismo que não é mais do que um cancro na nossa sociedade. Por favor, acordem.
  • fr
    14 dez, 2015 portugal 09:49
    Em contrapartida arranjam marido que as sustente. Podiam era publicar um estudo feito que diz que 75% das mulheres não quer nada com homens sem dinheiro e o contrário é na boa. Desafio-vos.
  • Roberto
    14 dez, 2015 W.W.W. 09:45
    Na administração pública portuguesa, são 63% dos funcionários públicos. Nos órgãos da administração pública, são largamente a maioria das chefias. Em Portugal, quem tem emprego seguro e bem pago, são as mulheres.
  • Roberto
    14 dez, 2015 w.w.w. 09:37
    Na administração pública portuguesa, são 63% dos funcionários públicos. Nos órgãos da administração pública, são largamente a marioria das chefias.

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