02 out, 2015 - 00:34
Muitos eleitores socialistas estão “incomodados” com o “radicalismo” de António Costa, afirmou esta quinta-feira o líder do CDS, Paulo Portas, num comício no Porto.
Ao 12º dia de campanha, uma arruada à antiga. A coligação PSD/CDS desfilou pela rua de Santa Catarina, com concertinas e bombos, bandeiras e gritos de “maioria” e “vitória”.
Não faltaram apoiantes nem confusão. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas chamavam a todo instante um pelo outro, acenavam, mas não foi fácil chegar perto dos apoiantes. De todo o lado, avisos de “cuidado, cuidado”. “É o Porto”, dizia o social-democrata Aguiar-Branco, cabeça de lista da coligação pela Invicta.
Nem com o embalo da onda azul e laranja Passos Coelho foi mais longe no pedido da maioria. “Já está muito claro que o próximo Governo precisa de estabilidade e que o país precisa dessa estabilidade. Eu não posso ser mais objectivo nem claro do que tenho sido”.
Mais de meia hora de apertos, a onda desemboca na praça D João I ao som de “cada vez mais somos mais”, lema da campanha, mas não eram tantos que enchessem por completo o cenário quando Paulo Portas falou do Porto, terra de Liberdade e do exemplo de Sá Carneiro.
Paulo Portas lançou-se no discurso no tom de sempre, directo ao PS. “Houve uma campanha radical inédita, conhecendo todos nós a tradição democrática do PS. Eu admito que muitos eleitores socialistas estejam perplexos e incomodados com tanto radicalismo e com tanto esquerdismo. Esse radicalismo, essa ameaça do ‘eu ou o caos’ deve ter uma só resposta: nem ele nem o caos, maioria e estabilidade”.
A seguir, Passos Coelho a insistiu no aviso: é preciso evitar que o país tenha segunda-feira um Governo diferente daquele que foi escolhido no domingo, numa alusão a uma eventual aliança do PS com outros partidos de esquerda.
A ameaça existe, concluiu o líder da Coligação Portugal à Frente. Passos garante que não tem medo. O Porto é sempre o Porto quando o PSD sai à rua, desta vez com o CDS.