Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Costa desvaloriza sondagens e apela a que todos vão votar

02 out, 2015 - 00:43

Líder do PS teve a companhia de dois históricos socialistas: Manuel Alegre e António Arnaut.

A+ / A-
Costa assume-se como advogado do povo e desvaloriza sondagens
Costa assume-se como advogado do povo e desvaloriza sondagens

O secretário-geral socialista desvaloriza as sondagens que dão desvantagem ao PS para as legislativas de domingo.

“Nestes 40 anos a votação mais baixa que a direita teve em eleições legislativas foram 36% há 10 anos. Significa isto que as melhores sondagens que eles tanto festejam pouco lhes dão a mais do que o mínimo histórico que alguma vez tiveram em Portugal”, disse.

António Costa fez um apelo para que as pessoas não fiquem em casa e vão votar. “Percebemos bem que muitos estejam muito magoados com o sofrimento que tiveram, mas ao ficarem em casa não vão ter menos sofrimento, arriscam-se a ter ainda mais sofrimento e a terem que engolir calados porque no dia da verdade ficaram em casa em vez de votarem, decidirem, mudarem e darem uma oportunidade para o país mudar”.

O líder do PS acrescenta que os "radicais" PSD e CDS do presente "romperam com a sua própria família politica" e apenas o PS poderá "fazer pontes" com outros partidos e a sociedade civil após as legislativas.

"Em momentos de crise nunca foi o PS um partido radical, do conflito. O PS foi sempre o partido da moderação, o partido que soube gerar a concertação social, dinamizar o diálogo, criar pontes", advogou António Costa no comício da noite em Coimbra.

Neste comício esteve também o histórico socialista Manuel Alegre que avisou que as eleições de domingo são "o mata-mata".

Alegre deixou um recado ao PCP e Bloco de Esquerda: "O combate da esquerda contra a esquerda é a força principal da direita", disse, provocando uma enorme ovação.

Manuel Alegre elogiou o exemplo pragmático do líder histórico dos comunistas, Álvaro Cunhas, na segunda volta das eleições presidenciais de 1986 entre Mário Soares e Freitas do Amaral.

"Álvaro Cunhal nunca se esqueceu que há uma fronteira entre a esquerda e a direita - e nas eleições presidenciais de 1986 apoiou e deu a vitória Mário Soares. Cada um que assuma as suas responsabilidades, após o dia 4: ou um Governo de direita ou um Governo do PS", afirmou, antes de aumentar a dramatização com o seguinte apelo: "A todos os que amam a democracia, o Estado social e os valores do 25 de Abril não desperdicem os seus votos".

"Como disse [o treinador de futebol Luiz Felipe] Scolari, esta é a hora do mata-mata", declarou, levantando uma vez mais o pavilhão dos Olivais.

Manuel Alegre fez também um ataque cerrado ao Governo e, indirectamente, ao Presidente da República, Cavaco Silva, aludindo, entre outros factos, à controvérsia sobre a acção da actual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, face a prejuízos da Parvalorem, entidade que resultou do Banco Português de Negócios (BPN).

"A direita mente sem pudor e sem vergonha, mascaram as contas públicas, como fez a ministra das Finanças. Noutro país, ou aqui, com outro Presidente da República, não ficaria impune", disse.

Outro orador da noite foi António Arnaut. O “pai” do Serviço Nacional de Saúde considerou que uma eventual vitória socialista nas eleições de domingo "é um imperativo de salvação nacional", e criticou PSD e CDS, definindo-os como "direita radical" e "reaccionária".

O comício de Coimbra começou com um incidente quando um anónimo saltou para a tribuna de oradores.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Adriano
    04 out, 2015 São Paulo 12:26
    Hoje Moro aqui devo isso ao governo PS que destruiu economia....agora que a coligação começa a por as coisas em dia lá vem eles de novo para mamar...sempre fazem isso...um mandato e meio....acordem Portugueses....vejam se algum País de esquerda está bem....deixem de ser iludidos.....
  • Raios
    02 out, 2015 Évora 13:35
    As sondagens deviam ser proibidas. Caramba, deixem as pessoas decidir por elas próprias se querem a ou b ou c. Já não há paciência! A TV está cheia, os jornais estão cheios de sondagens para quê?! Deixem os indecisos serem indecisos. Mas uma pessoa tem de logo à partida se se vai atirar do penhasco por um lado ou pelo outro! Chega uma altura que a pessoa tem dúvidas, como é natural!
  • Assim é
    02 out, 2015 Lx 11:57
    ...não posso concordar mais com o observador! Para mim, é apenas mais uma manipulação, das muitas a que esta coligação já nos habituou...com sucessivos lapsos, mentiras, desculpas infantis etc. Dia 4 voto útil no PS, para que o povo se possa livrar de todo o sofrimento que esta direita (que faz dos ricos mais ricos e os pobres mais pobres) lhe causou. Mas quem é que se pode esquecer da impressionante emigração, com quebra de afetos, pela separação das famílias?; da enorme taxa de desemprego que causaram?; o empobrecimento das classes mais baixas... ; os apoios retirados aos mais desprotegidos... Eu quando leio certos comentários até me cai o queixo de estupefação, com tamanha falta de informação das pessoas, a atirarem a culpa para o governo anterior do PS (e quem é que esteve antes do PS, para que quando este chegou ao governo ter tido a necessidade de pedir ajuda ao exterior?)...Nunca pensei que, depois de tudo, pudesse haver tanta falta de informação e pessoas a serem tão bizarramente influenciadas, ou então porque ainda não lhes tocou a elas... Pode ser que ainda abram a pestana a tempo, para depois não se queixarem. Porque uma coisa é certa, não podem esperar que com a base da pirâmide a ruir, mais cedo ou mais tarde não acabem também no chão...
  • Ó Paulo
    02 out, 2015 lx 10:49
    Se fosse o Seguro acontecia a mesma coisa ou pior. O que está em causa é a destruição de caracter que fazem. Se não tivermos memoria curta, ainda nos lembramos que os mesmos que hoje atacam Costa para o minimizar, são os mesmos que já chamavam a Seguro o Inseguro! ...O que está awui em causa são os elevados interesses financeiros que têm de ser "respeitados" e quem os contraria...e mais não digo!
  • Observador
    02 out, 2015 Fnc 09:41
    Esta profusão, intoxicação de sondagens diárias, sempre no sentido da vitória da coligação faz lembrar muito aquela mentira que por força de tão insistida, badalada, acaba por se tornar verdade! Na verdade a maioria dos cidadãos, dos eleitores, já não vai em sondagens, mas na vivência diária, nos actos do quotidiano naquilo que os afecta ou não nas suas vidas, positiva ou negativamente. Muita da austeridade, da pobreza, da precariedade, do sofrimento, da angústia, do desespero, da perda de esperança e de dignidade, estará presente no momento do voto! Ninguém passa por entre os pingos da chuva sem se molhar! Prognósticos? Só no fim do jogo! Veremos se a vitória da coligação é assim tão linear como alguns a pintam!
  • Paulo
    02 out, 2015 vfxira 08:59
    Pode ser que me engane,mas se tivesse continuado o António José Seguro,talvez o PS estivesse destacado na liderança das sondagens e talvez...quem sabe muito perto de uma maioria.

Destaques V+