10 jan, 2016 - 18:47
A Câmara do Porto avisa que face ao agravamento das condições, o Douro vai mesmo galgar as margens de Porto e Gaia a partir das 20h00, estando previsto que na zona de Miragaia suba um metro acima das soleiras das portas.
"Temos a certeza que a água vai galgar as margens e poderá acontecer a partir das 20h00, com agravamento a partir das 23h00 até às 3h00", afirmou à Lusa fonte oficial da câmara no final de uma nova reunião com as autoridades da protecção civil, autarquias de Porto e Gaia e capitania do Douro.
Segundo a mesma fonte, na zona de Miragaia a água poderá ir até um metro acima da soleira das portas, pelo que é feito um apelo aos moradores para que protejam as habitações e retirem os veículos que se encontrem ali estacionados.
Naquele local estão já várias equipas da protecção civil do município a avisar a população e os donos de estabelecimentos, disponibilizando também meios para retirarem e guardarem alguns pertences num espaço já preparado na Alfândega do Porto.
O parque da Alfândega está igualmente disponível para receber os automóveis dos moradores de Miragaia, alertando a autarquia que irá proceder ao reboque dos veículos que não forem dali retirados.
A "forte agitação marítima" irá também obrigar ao corte da Avenida D. Carlos.
A câmara reiterou que "a situação não é de alarme mas de alerta e prevenção", recordando que a última situação de risco de cheia foi em 2013 mas o rio não chegou a galgar as margens.
A autarquia aconselha as populações das zonas ribeirinhas a estarem atentas às informações da protecção civil e da própria câmara.
O rio Douro galgou as margens nas freguesias de Avintes, Crestuma e Afurada, em Gaia, e a Protecção Civil teme que a situação se possa complicar com a nova preia-mar.
O Centro de Previsão e Prevenção de Cheias (CPPC) do rio Douro alertou para a possibilidade de inundações nas ribeiras do Porto e de Vila Nova de Gaia, devido ao mau tempo em conjugação com a preia-mar.
O distrito do Porto é um dos 10 que estão com aviso laranja (o segundo mais grave) emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a que se juntam os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Aveiro, Viseu, Lisboa, Setúbal, Leiria e Coimbra, os últimos quatro por causa da agitação marítima.
Mais de 600 ocorrências até às 17h30
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) identificou até às 17h30 de hoje 657 ocorrências devido à chuva e ventos fortes, sendo os distritos do Porto e Viseu os mais afectados, seguidos de Coimbra.
"Registamos 657 ocorrências principalmente devido a inundações e quedas de árvores, mais nos distritos de Porto, Viseu e Coimbra", referiu à agência Lusa o adjunto de operações da ANPC Marco Martins.
Do total de situações, a maior parte refere-se a inundações, ou seja, 315 casos, e a quedas de árvores, com 123 ocorrências, resultando, por exemplo, em obstrução de vias, que são "rapidamente libertadas" pelos operacionais no terreno, acrescentou.
O deslizamento de terras deu origem a 47 ocorrências e 73 casos relacionam-se com limpezas de vias devido ao vento e 41 com quedas de estruturas.
A resolução das situações registadas devido ao mau tempo envolvem 1.893 operacionais, com o apoio de 747 veículos.