08 nov, 2017 - 01:03
O Ministério Público (MP) esclarece que não recebeu "qualquer declaração de óbito" das duas vítimas mortais do surto de legionella, em Lisboa, explicando que, por isso, teve de solicitar as autópsias, que "são essenciais" para a investigação.
"O Ministério Público decidiu, esta terça-feira e por iniciativa própria, face às notícias vindas a público sobre surto de legionella e suas consequências, instaurar um inquérito. Tendo sido noticiadas mortes, entendeu-se, desde logo, que a realização de autópsia e de perícias médico-legais eram essenciais para a investigação em curso", refere a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado.
O Ministério Público explica que, não tendo recebido "qualquer comunicação de óbito relacionada com esta matéria", teve necessidade de recolher elementos que "permitissem identificar as vítimas, bem como as circunstâncias que rodearam as mortes, designadamente o local onde ocorreram".
"Uma vez obtidos esses elementos, o Ministério Público foi, igualmente, informado de que os corpos já haviam sido entregues às famílias", explica a nota.
Assim, o Ministério Público decidiu ordenar o encaminhamento dos corpos para o Instituto de Medicina Legal.
"Consciente da sensibilidade da situação, o Ministério Público não pode deixar de lamentar o ocorrido bem como o sofrimento que daí resultou para os familiares das vítimas", conclui.
A PSP recolheu esta terça-feira os corpos das duas vítimas mortais do surto de legionella para a realização das autópsias, já depois destes terem sido entregues às famílias e quando estavam a decorrer os velórios.
Segundo fonte policial, a situação "foi desconfortável", mas teve que ser cumprida. "Dizer que é uma situação muito sensível é pouco e foi difícil de gerir. Foi desconfortável, mas teve de se cumprir. As pessoas estavam desagradadas com a situação, o que é natural, mas não houve problemas de maior", disse a PSP.
O surto de legionella em Lisboa já provocou duas mortes, um homem e uma mulher, e pelo menos 35 infetados.