30 ago, 2017 - 14:07
As críticas do Presidente norte-americano, Donald Trump, aos jornalistas são um ataque à liberdade de imprensa e podem desencadear violência contra os repórteres, alerta o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos.
Para Zeid Ra'ad al-Hussein, Trump também tem proferido declarações preocupantes sobre mulheres, mexicanos e muçulmanos.
O responsável das Nações Unidas questiona a abordagem do Presidente norte-americano às questões relacionadas com a imigração e a decisão de perdoar Joe Arpaio, um antigo xerife do Arizona, que promovia uma política de perseguição aos estrangeiros indocumentados.
"É realmente muito surpreendente quando pensamos que a liberdade de imprensa, que não é apenas uma pedra angular da Constituição dos Estados Unidos, mas algo que os EUA defenderam ao longo dos anos, está agora a ser atacada pelo Presidente", acusa Zeid Ra'ad al-Hussein.
“É uma reviravolta impressionante e, em última instância, a sequência é perigosa”, adverte.
Donald Trump defendeu recentemente um grupo de manifestantes de extrema-direita, que protestou em Charlottesville.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos recorda o caso para sublinhar que saudações nazis, suásticas, insultos anti-semitas e racistas “não têm lugar nos Estados Unidos” nem no resto do mundo.
“O Presidente orgulha-se de quebrar tabus e os seus apoiantes vêem-no como tal. Mas isso é altamente irresponsável, porque tem consequências, encoraja aqueles que pensam de forma semelhante a atacarem estas comunidades”, refere Zeid Ra'ad al-Hussein.