27 abr, 2024 - 00:44 • Ricardo Vieira, com Reuters
O apoio militar da China à Rússia está a preocupar os Estados Unidos, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, esta sexta-feira, durante uma visita oficial a Pequim.
Antony Blinken abordou a questão durante uma reunião de cinco horas com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.
“Reiterei a nossa séria preocupação com o facto de a China fornecer componentes que estão a alimentar a brutal guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, disse o secretário de Estado norte-americano, em conferência de imprensa.
O enviado de Joe Biden sublinha que a China é o principal fornecedor de componentes utilizados pelo regime de Vladimir Putin na guerra contra a Ucrânia.
“A China é o principal fornecedor de máquinas-ferramentas, microeletrónica, nitrocelulose, que é fundamental para o fabrico de munições e propulsores de foguetes, e outros itens de dupla utilização que Moscovo está a usar para aumentar sua base industrial de defesa”, adverte Antony Blinken.
O Senado aprovou, após meses de bloqueio, um novo (...)
Questionado pelos jornalistas, o secretário de Estado norte-americano não respondeu se os EUA admitem impor sanções à China devido ao apoio à Rússia.
Blinken foi também recebido pelo Presidente chinês. Xi Jinping reafirmou a preocupação de que os Estados Unidos estão a travar o desenvolvimento económico da China.
“Esta é uma questão fundamental que deve ser abordada, tal como o primeiro botão de uma camisa que deve ser endireitado, para que a relação China-EUA possa ser realmente estabilizada, melhorada e avançar”, declarou Xi Jinping.
Anteriormente, o chefe da diplomacia de Pequim tinha dito a Blinken que o “grande navio” das relações China-EUA estabilizou, “mas fatores negativos nessa relação ainda estão a aumentar e a crescer”.
O encontro de Blinken com os responsáveis de Pequim aconteceu no mesmo dia em que o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, esteve reunido com o homólogo chinês, Dong Jun.
Os dois países estão a trabalhar para fortalecer a “parceria estratégica no setor da defesa”, declarou Sergei Shoigu.