14 mai, 2024 - 00:23 • José Pedro Frazão
Mais de dois terços dos jovens portugueses até aos 30 anos manifestam intenção de votar nas eleições europeias de 9 de Junho. A estimativa faz parte do Barómetro Rápido da União Europeia, divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia. As intenções de voto nas próximas europeias dos jovens em Portugal cifram-se em 77%, apenas um ponto percentual abaixo da Roménia e muito acima da média de 64% na União Europeia.
Apenas 5% dos jovens inquiridos em Portugal asseguram que não vão votar, naquela que é a percentagem mais baixa na União. Mais de metade dos jovens portugueses considera que as eleições para o Parlamento Europeu são a ação mais eficaz para dar voz aos jovens, apenas abaixo dos níveis registados na Polónia.
Os dados deste Eurobarómetro foram recolhidos entre 3 e 12 de abril, com base em 26.189 entrevistas nos 27 Estados-membros, incluindo 1.023 portugueses, numa amostra com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos.
Portugal é o país da União Europeia com maior percentagem de jovens que recorrem à televisão para se manterem informados sobre a União Europeia. 61% usa o pequeno ecrã para se informar em contraciclo com 24 dos 27 países da União Europeia. Apenas a Itália, com 61% e Eslovénia com 54% dos jovens partilham a predileção pela televisão como canal mais importante para receber informação sobre a Europa.
A maioria dos jovens entrevistados, na ordem dos 56%, dá primazia às redes sociais para obter informação. A segunda opção dos jovens europeus é a televisão, com 49% e depois vêm a imprensa online, podcasts e plataformas de notícias com 33%.
Os jovens europeus foram inquiridos sobre as razões pelas quais não participam em atividades noutro país europeu. Mais de 4 em cada 10 entrevistados na Finlândia (43%), Irlanda (43%) e Portugal (42%) alegam "falta de meios financeiros" para tal.
Globalmente 6 em cada 10 europeus entre os 15 e os 30 anos participaram em atividades de uma ou mais organizações nos últimos 12 meses. Quase metade (48%) assegura ter passado das palavras aos atos e participado em iniciativas de mudança no último ano, como assinar uma petição, participar num comício ou enviar uma carta a um político. As áreas em que escolheram intervir foram direitos humanos (34%) e ambiente e alterações climáticas (33%).
O inquérito aponta ainda para a importância da educação ambiental na formação dos jovens em Portugal. Se em todos os Estados-Membros, mais de seis em cada dez jovens afirmam ter aprendido a cuidar do ambiente durante o seu processo educativo, em Portugal essa percentagem sobe para 86 por cento, a mais alta da Europa.
Três em cada quatro jovens reconhece esforços para adaptar o seu estilo de vida para minimizar o impacto ambiental das suas ações. Na Europa, 70% dos jovens analisam a política ambiental de um partido antes de decidir como votar. 66% assumem a importância de ter um emprego que contribua para um ambiente melhor.
A educação também ajudou os jovens europeus a navegar nos mares da desinformação. Mais de dois terços dos jovens inquiridos concordam que a sua educação lhes forneceu as competências digitais necessárias para identificar a desinformação quando ela surge.
Sem surpresa, o programa comunitário mais conhecido dos jovens europeus é o "Erasmus+". 49% dos inquiridos estão informados sobre este mecanismo europeu de mobilidade de estudantes, mas Portugal, a par do Chipre, está no topo dos jovens informados sobre o programa com 65% de entrevistados nacionais com plena noção do "Erasmus+".
A percentagem de jovens que dizem praticar exercício entre duas a quatro vezes por semana chega aos 40%. Quase metade dos entrevistados (46%) assume que experimentaram um problema emocional ou psicossocial, como depressão ou ansiedade, nos últimos 12 meses.