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"NATO precisa de fazer ainda mais" pela Ucrânia, defende Stoltenberg

04 abr, 2024 - 17:00 • Diogo Camilo

Secretário-geral da NATO alerta para a necessidade de um planeamento de financiamento à Ucrânia a longo prazo e sublinhs que as tropas da Aliança Atlântica não vão entrar na guerra.

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O secretário-geral da NATO vincou esta quinta-feira que a Aliança Atlântica “não vai fazer parte do conflito na Ucrânia”, indicando que não existiram pedidos de envolvimento da organização no terreno e alertando para a necessidade de um planeamento de financiamento à Ucrânia a longo prazo, em vez de doações ocasionais.

“Não temos planos de ter tropas de combate da NATO dentro na Ucrânia, nem houve pedidos nesse sentido”, afirmou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa em Bruxelas, no dia em que a Aliança Atlântica cumpre 75 anos desde a sua fundação.

O homem à frente da NATO enumerou alguns dos apoios anunciados à Ucrânia nos últimos dias, como um financiamento de 600 milhões de euros da Alemanha, 10 mil drones do Reino Unido, mais mísseis e veículos armados de França e um novo pacote de ajuda anunciado esta quarta-feira pela Finlândia, no valor de 188 milhões de euros.

“Contudo, precisamos de fazer ainda mais. Temos que apoiar a Ucrânia numa base mais firme e duradoura. Ontem, os aliados acordaram no planeamento para um papel mais forte na coordenação e assistência necessária à Ucrânia, que continuará nas próximas semanas”, afirmou Stoltenberg.

Esta semana, a NATO propôs a criação de um fundo de cinco anos, no valor de 100 mil milhões de euros, para apoiar a Ucrânia. A medida é bem vinda por Kiev, que avisa que o modelo atual “não tem hipóteses de funcionar” sem contribuições obrigatórias.

“Por outras palavras, no atual modelo de financiamento, a iniciativa tem zero hipóteses. Porque não conseguem juntar 500 milhões e teriam de juntar 20 mil milhões no atual modelo”, afirmou Dmytro Kuleba, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano em declarações ao European Pravda.

Stoltenberg afirmou ainda que esta quinta-feira decorreu uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, com parceiros do Indo-Pacífico - Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia - e União Europeia, onde foram discutidas as consequências mundiais da guerra contra a Ucrânia, incluindo os apoios à Rússia de China, Coreia do Norte e Irão.

“Os poderes autoritários estão cada vez mais alinhados, pelo que a NATO e os seus parceiros têm que se manter unidos para defender o mundo governado pela lei, e não pela força”, afirmou o líder da NATO.

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  • Luís Miguel da Silva
    05 abr, 2024 Gualtar 11:15
    Onde estão os Estadistas que defendam uma paz duradoira e efectiva e não uma lógica de confrontação que ameaça liquidar a humanidade? A hegemonia da NATO, a sua expansão inexorável não será uma provocação à Federação Russa e à China? O Ocidente está doente. O Oriente doente está. Perdemos a bússola da Razão que nos poderia garantir uma «paz perpétua».

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