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Ucrânia. Cardeal António Marto "implora" pelo fim de "guerra trágica" e "criminosa"

27 fev, 2022 - 15:09 • Lusa

O administrador apostólico junta-se ao Papa Francisco e à Comunidade de Santo Egídio na oração por um "cessar-fogo imediato" e renova o convite a um dia de oração e jejum pela paz, no dia 2 de março.

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O cardeal António Marto, administrador apostólico da diocese de Leiria-Fátima, condenou nesta manhã de domingo a "guerra trágica e criminosa" na Ucrânia e "implorou" pelo seu fim, durante uma homília no Santuário de Fátima.

"Imploramos o fim de uma guerra trágica e criminosa" , afirmou António Marto, pedindo um cessar-fogo imediato para que a capital ucrâniana, Kiev, seja "uma cidade aberta", disse.

O administrador apostólico junta-se ao Papa Francisco e à Comunidade de Santo Egídio na oração por um "cessar-fogo imediato" e renova o convite a fazer do dia 2 de março, um dia de oração e jejum pela paz na Ucrânia, refere uma nota do Santuário.

"Do nosso Santuário manifestamos toda a nossa solidariedade com o povo da Ucrânia que sofre este terrível flagelo, destruidor de um povo. Associamo-nos, desde já com a nossa oração, ao manifesto da Comunidade de Sant'Egídio com a sua proposta de chegar a um imediato cessar-fogo e de proclamar, com urgência, a capital Kiev como 'cidade aberta' para salvar três milhões de pessoas e a riqueza do seu património cultural e cristão", afirmou o cardeal português na homília da missa a que presidiu, neste domingo, na Basílica da Santíssima Trindade.

Esta semana, a Ucrânia esteve presente nas celebrações do Santuário. Na quinta-feira, dia em que a Rússia invadiu o país, rezou-se o Terço em ucraniano com a comunidade de monges basilianos que vivem e colaboram no Santuário de Fátima, informa o comunicado.

Desde segunda-feira que o Santuário tem uma corrente de oração na recitação do rosário às 12h00, 18h30 e 21h30, correspondendo exatamente a um pedido de António Marto feito no passado domingo.

Acresce à oração, o envio de um apoio financeiro para a ajuda humanitária ao povo ucraniano, através da Cáritas portuguesa.

Partindo da passagem do Evangelho lida nas celebrações deste domingo, nas igrejas de todo o mundo, o cardeal alertou para a tentação de uma atenção particular "aos defeitos dos outros", negligenciando os próprios.

"Quando vemos os defeitos dos outros à lupa, fazemos da cabeça dum alfinete a cabeça dum gigante e facilmente nos consideramos superiores aos outros e caímos na hipocrisia", afirmou o cardeal, lamentando que sejamos "bons connosco e severos com os outros".

"(...)Naturalmente, é de condenar os erros. Mas que a pessoa que erra saiba que, apesar dos seus erros, há alguém que a acolhe e ajuda a recuperar e a refazer a sua vida e abre caminhos de esperança", disse, ao sublinhar que, de contrário, "potenciam-se a agressividade, os ódios, as discórdias, a violência".

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

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