10 jan, 2020 - 15:59 • Marta Grosso , Ana Rodrigues
A Marinha explica com um “erro no algoritmo” o caso das promoções indevidas a mais de 400 praças, no ano passado.
Em resposta à Renascença, nesta sexta-feira, o Estado Maior da Armada refere que, no início de 2018, com o descongelamento das progressões remuneratórias então ocorrido, foi programado um algoritmo para o cálculo das progressões remuneratórias mensais ocorridas entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019.
Contudo, foi detetado um erro no algoritmo, pelo que houve necessidade de suspender o cálculo proceder à sua revisão. Neste momento, o novo algoritmo encontra-se validado, garante a Marinha.
As listagens publicadas entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019 foram corrigidas, tendo como consequência mais relevante a regressão na posição remuneratória para um universo de 352 militares que baixam de posição remuneratória, ao passo que 106 militares mantêm a sua atual posição remuneratória, explica ainda.
Tendo os vencimentos daquele universo de militares sido processados acima da posição remuneratória que lhes é devida, haverá lugar, nos termos da legislação em vigor, à restituição dos montantes indevidamente pagos.
Foram obrigados a assumir erro alheio decorrente d(...)
Os militares afetados foram notificados por via eletrónica e por via postal, adianta o Estado Maior da Armada, “nos termos do disposto no artigo 112.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo decreto-lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, a fim de lhes ser concedido o direito de audiência prévia previsto no artigo 121º do CPA”.
Resta agora apurar o valor que cada um terá de restituir. A Direção de Contabilidade e Operações Financeiras irá então notificar os militares afetados do montante em causa.
O prazo para a restituição dos valores em causa e o modo como serão restituídos serão oportunamente comunicados, conclui a Marinha.
A Associação de Praças considera “incompreensível” a restituição das promoções atribuídas e defende “que deve ser a Marinha a assumir o erro administrativo que cometeu”.
Em declarações à Renascença, o presidente daquela associação sublinha que os militares indevidamente promovidos tiveram também encargos a suportar, na sequência das promoções.
Por exemplo, diz Luís Reis, “valores de abonos de família e bolsas de estudo que se perderam devido às promoções que, afinal, serão revertidas”.