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A Semana de Nuno Botelho

O ataque verde e o regresso do aborto. Como foi a primeira semana de campanha?

02 mar, 2024 - 09:00 • André Rodrigues

Ao cabo da primeira semana de campanha para as legislativas, Nuno Botelho acusa os partidos e a comunicação social de preferirem falar sobre acordos de governabilidade, ignorando dossiers como a privatização da TAP ou, mesmo, as tensões geopolíticas que podem condicionar a segurança na Europa. E conclui que isso "não interessa aos eleitores, nem aos media".

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TAP e Ucrânia fora da campanha? "Não interessa aos eleitores, nem à comunicação social"

Na dobragem para a segunda semana de campanha para as legislativas de 10 de março, o presidente da Associação Comercial do Porto alerta que “há uma série de temas que têm estado ausentes”.

Em particular a questão da TAP, o que leva Nuno Botelho a fazer deixar uma questão que, segundo diz, ainda não teve resposta por parte do candidato do PS a primeiro-ministro, e que teve o dossier TAP nas mãos, quando foi titular das Infraestruturas.

“Considerando que o PS se preparava para privatizar a TAP, caso o PS precise do Bloco de Esquerda e do PCP para governar, será que mantém a firme vontade de privatizar a TAP? Isso não está a ser discutido”, assinala o empresário e jurista no seu habitual espaço de comentário no ‘Manhã, Manhã’, da Renascença, que, esta semana, vai em busca dos temas ausentes da campanha eleitoral.

Numa semana que, na frente internacional, ficou marcada pelas afirmações de Emmanuel Macron sobre a não exclusão do envio de tropas europeias para a Ucrânia e pela resposta de Vladimir Putin que, no seu discurso sobre o Estado da Nação, ameaçou o Ocidente com uma guerra nuclear, Nuno Botelho lamenta o silêncio dos partidos sobre o conflito às portas da União Europeia e as eventuais ondas de choque que daí poderão resultar no futuro.

O presidente da Associação Comercial do Porto admite que a explicação seja “um misto de duas questões: os think tanks dos partidos passam ao lado do tema, porque acham que os eleitores não se interessam; por outro lado, a comunicação social acaba a discutir acordos de governabilidade e outros temas laterais, por entender que esses temas são mais sexy e geram mais mediatismo... ou seja, não interessa aos eleitores, nem aos media”.

Mas, uma vez mais, pensando numa eventual aliança de esquerda, num cenário em que Pedro Nuno Santos vença as eleições com minoria, Botelho lança a pergunta: “temos um Bloco de Esquerda com a posição que tem relativamente à NATO, um PCP que tem a posição que tem relativamente à Rússia e não vamos discutir esse tema?”

Além disso, o jurista considera que, em ano de eleições europeias e, também, nos Estados Unidos, esta também deveria ser uma preocupação no plano nacional.

Perante a incerteza em torno do regresso de Donald Trump à Casa Branca e uma eventual quebra de compromisso com os aliados europeus, Nuno Botelho considera “absolutamente crucial” acelerar a criação de um exército comum europeu, que faria com que os 27 ficassem menos dependentes da proteção militar norte-americana.

A Europa deveria jogar na antecipação, mas não sei se irá jogar, face à lentidão de resposta da União Europeia”, alerta.

Desnorte da semana

Tinta verde em Montenegro e Paulo Núncio sobre aborto. “A agressão absolutamente inaceitável de que foi alvo Luís Montenegro foi, felizmente, condenada por todos os partidos. Importa não relativizar, não vulgarizar e não normalizar. É, de facto, lamentável que, sob a capa de ambientalistas, alguns elementos radicalizados tomem estas atitudes absolutamente lamentáveis. Por outro lado, é lamentável intervenção despropositada e sem sentido de Paulo Núncio sobre a interrupção voluntária da gravidez. Esse é um tema que está consensualizado na sociedade portuguesa e que não justifica minimamente a intervenção deste dirigente do CDS e muito menos esta descoordenação política da AD”.

Norte da semana

Gala das estrelas Michelin. “É muito interessante para o turismo nacional receber um evento tão marcante como este, só dedicado à nossa gastronomia, que é de grande qualidade, mas ainda está pouco internacionalizada. Portugal reforça a sua presença no Guia Michelin com oito restaurantes com duas estrelas e 31 restaurantes de uma estrela. Ainda nos falta um restaurante com três estrelas Michelin, mas estou convencido que para o ano havemos de lá chegar”.

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