Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

FC Porto

Sérgio Conceição: "Se for preciso deixar o futebol para provar o que estou a dizer, deixo"

26 mar, 2024 - 13:37 • Inês Braga Sampaio

Treinador do FC Porto mostra-se "muito triste" com a acusação, por parte do autarca de Cartaya, de agressões e ameaças a várias pessoas, num torneio jovem em Espanha.

A+ / A-

Sérgio Conceição diz que está disposto a deixar o futebol para provar que não agrediu ninguém num torneio jovem em Espanha.

Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, no Olival, o treinador do FC Porto confessa-se "muito triste" com as acusações de agressões ao autarca de Cartaya, o denunciante, a um árbitro e a dois agentes da Guardia Civil, que apelida de "falsas, mentirosas", e que está disposto a refutá-las, mesmo que isso coloque em causa o seu futuro no futebol.

"Os meus advogados estão em Espanha, para tratar desta situação e fazer aquilo que têm a fazer. Se for preciso eu meter uma pausa no futebol, deixar o futebol para provar tudo aquilo que eu estou a dizer, eu deixo, porque a minha honra e aquilo que eu sou como homem e como pai é muito mais importante que qualquer carreira desportiva", declara.

Conceição lembra que já teve filhos noutros clubes, inclusive no Sporting e no Benfica, e que foi "sempre muito respeitado" e nunca teve "nenhum problema" quando via jogos deles fora, mesmo em Alcochete e no Seixal.

Esta situação, que resulta de denúncia do autarca de Cartaya, Manuel Barroso, "é desgastante, é difícil", mas o treinador do FC Porto acredita que há testemunhas suficientes para corroborar a sua versão dos acontecimentos após a final de sub-9 da Gañafotes Cup.

"A minha mulher e os meus filhos estavam presentes para ver o que se passou e sabem aquilo de que estou a falar. E muitas das famílias, não só da nossa equipa mas também das outras, nomeadamente espanholas, estavam e assistiram à situação. [São] verdadeiramente acusações falsas, mentirosas, de uma pessoa que pelos vistos, eu não sabia, está acima da autoridade em Espanha, daí a não identificação deste senhor", atira.

Sérgio Conceição agradece a "solidariedade" que o FC Porto manifestou para consigo e assume-se "verdadeiramente desgastado" com a situação:

"Fiquei incrédulo, porque a pessoa que perdeu o controlo era um eleito local, que tinha responsabilidades e deveres perante os cidadãos e que não têm nada a ver com o seu comportamento. Porquê? Primeiro, agrediu não uma vez, mas várias vezes um jovem de 22 anos, que por acaso era o meu filho. Segundo, entrou num chorrilho de mentiras e acusações que já foram praticamente todas desmentidas pelos presentes, tanto pessoas portuguesas como espanhóis. Todos os presentes desmentiram o que ele diz que se passou. E terceiro, perdeu a narrativa das suas declarações."

O treinador diz que Manuel Barroso "veio causar danos enormes" à sua família e às famílias dos jogadores, "ao torneio em si e à cidade".

"Acredito que esta confusão toda e estas acusações venham cá para fora também porque sou treinador do FC Porto, mas é inacreditável a continuação de agressões, que foi vista, e espero que as imagens, se estiverem no sistema de videovigilância, venham para cá para fora. Eu quero, para expor todas as mentiras que este senhor veio proferir e também para perceberem que a única pessoa agressiva e com atos de indisciplina perante todos os presentes foi esse senhor", vinca.

Sérgio Conceição argumenta, ainda, que a "invasão, como estão a dizer, não foi no fim do jogo": "Havia famílias a festejar com os miúdos que ganharam o torneio, que neste caso foi o Sevilha, havia os nossos meninos mais desiludidos e tristes com os pais no campo. Praticamente todos os pais estavam no campo, mas na zona de jogo."

"O que foi dado a entender é que eu entrei no final do jogo a contestar alguma coisa e não é verdade. O campo terá as suas câmaras, poder-se-á depois comprovar isso. Havia muita gente junto à linha lateral, uns pais dentro do campo, outros perto da baliza onde o jogo finalizou. Aquilo acabou, eles continuaram por ali, o árbitro pega no seu saco e vem tranquilamente para o balneário, quando eu o abordo de forma tranquila, até a rir-me, para dizer que podia ter marcado um penálti, que seria mais emocionante a final ir a penáltis. Disse-lhe algo como isto, porque eu queria, num jeito amigável, entrar nessa brincadeira", conta.

"Não consegui acabar, porque entretanto se intrometeu esse presidente da Câmara local, que eu não sabia na altura quem era. Ele provavelmente também não sabia quem eu era, mas também não é importante, estamos a falar do respeito entre pessoas e ele perdeu completamente o controlo e começou a empurrar de forma agressiva. Dentro do túnel, ainda foi mais agressivo, porque aí houve uma palmada no peito do Moisés [filho de Conceição]. Estavam alguns pais, depois o Vítor Bruno, o pai do João Mário, que tem um pequeno a jogar na equipa de sub-9", finaliza.

O treinador do FC Porto também dá conta de que Paulo Assunção e a mulher estavam igualmente presentes no torneio e "disponibilizaram-se para testemunhar" e corroborar a sua versão. Sérgio também desmente que o vídeo disponibilizado pelo clube tivesse sido cortado: "É mentira."

"Houve um miúdo espanhol que nos disponibilizou a mensagem, porque viu as declarações do presidente da Câmara de Cartaya, como é um admirador de futebol, trabalha no scouting do Valladolid. Ficou incrédulo com toda a situação e mandou para o Moisés uma mensagem a dizer que se quisesse disponibilizava o vídeo em que [se vê que] não houve nenhuma agressão de ninguém, houve assim agressão desse senhor para com o Moisés. O vídeo foi enviado na íntegra para o Moisés, que me passou. O FC Porto não enviou o vídeo cortado para nenhum lado, nós enviámos o vídeo como ele chegou às nossas mãos", termina.

O caso surgiu na sequência de uma entrevista de Manuel Barroso à rádio local "Antena Huelva", em que alegava ter sido agredido e ameaçado de morte, juntamente com o árbitro do jogo e um par de agentes da Guardia Civil, por Sérgio Conceição e um grupo do FC Porto.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Joao Serrote
    26 mar, 2024 Pemba 20:25
    Mais uma do SC. pENSOU QUE ESTIVESSEEMpORTUGAL.

Destaques V+