Entrevista Bola Branca

Nuno Lobo: "É completamente injusto colarem a minha candidatura à de Pinto da Costa"

05 abr, 2024 - 07:00 • Eduardo Soares da Silva (entrevista), Miguel Marques Ribeiro e Catarina Santos (vídeo)

Pela segunda vez candidato à presidência do FC Porto, Nuno Lobo está "pouco preocupado" com os resultados do dia 27, mostra-se disponível para debater com Villas-Boas e promete continuar "atento e vigilante" após as eleições.

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Nuno Lobo: "É completamente injusto colarem a minha candidatura à de Pinto da Costa"
Nuno Lobo: "É completamente injusto colarem a minha candidatura à de Pinto da Costa"

O candidato à presidência do FC Porto Nuno Lobo não concorda com quem "cola" a sua candidatura à do presidente Pinto da Costa.

"É completamente injusto. A admiração, o respeito e admiração que tenho pelo presidente - que terei sempre - não significa que a minha candidatura não vá em frente. Tanto é que estou aqui, mas não contem comigo para insultos gratuitos ao presidente. São horríveis. Não contem comigo para ver outras pessoas dizer que o presidente tem poucos meses de vida", diz Lobo, em entrevista à Renascença.

O empresário que se candidata pela segunda vez lamenta a bipolarização da campanha eleitoral por considerar que isso lhe retirou toda a atenção mediática e assume que não concorda com o presidente quando este relaciona os erros de arbitragem com o aparecimento da candidatura de André Villas-Boas.

O candidato espera por uma vitória antes de se comprometer com um projeto da academia, mas inclina-se mais para a de Pinto da Costa, ainda que o seu projeto inicial passasse por omprar os terrenos do Olival e ampliar a infraestrutura.

Nuno Lobo assume que está disponível para debater com André Villas-Boas, promete levar a candidatura até ao fim e escolhe Sérgio Conceição como o único treinador possível para o FC Porto.

Em 2020, escolheu um Porto-Rio Ave como o momento que o levou a candidatar-se. Falou num grito de revolta. O que o leva a candidatar-se desta vez?

Esse jogo marcou-me. É de má memória, tanto a nível de resultado, porque foi o jogo que quase tirou o Porto do título, mas também porque me trouxe um processo em tribunal. Não foi nada agradável, mas faço mea culpa porque, de cabeça quente, disse coisas que não deveria ter dito ao árbitro. Mas são águas passadas.

Este ano não foi por causa do Rio Ave. Vejo que em 2024 nada do que eu defendi foi concretizado, mas tenho assistido a muitas propostas que eu fui o primeiro candidato a defender. Em 2020, fui o primeiro a falar de mais modalidades e vejo que agora o Jorge Nuno [Pinto da Costa] já fala em futsal.

O André [Villas-Boas] em 2020 não apresentou nada porque foi o primeiro subscritor da lista de Pinto da Costa. Em 2020, denunciei as contas do FC Porto, mas infelizmente parece que a mensagem não passa cá para fora. O passivo aumentou, os capitais próprios já eram negativos.

A propósito desse Porto-Rio Ave, acusava Pinto da Costa de "passividade" nas declarações sobre a arbitragem. Disse que Pinto da Costa era um "adepto passivo". Já não tem essa opinião?

Não. Isto muda muito. Cresci a idolatrar Pinto da Costa, como todos os portistas. Fui habituado no ambiente do murro na mesa, se estiver aqui uma bomba que rebente e vamos todos. Nestes quatro anos, não vi essa atitude. Neste jogo orquestrado no Estoril, o presidente tomou o lugar de Sérgio Conceição e falou que o Porto foi prejudicado. Não vi isso nos quatro anos, daí ter falado em passividade e é essa atitude que quero no FC Porto.

Nesse dia, o André diz que o futebol português tem de evoluir para se tornar credível. Não entendo e continuo aqui a tentar entender o que quis dizer. Não me esqueço do campeonato do túnel; de um vice-presidente do Benfica dizer que se abrisse a boca sobre Jorge Jesus, poderia cair o carmo e a trindade; os vários processos do Benfica; os padres e as missas. Acho que este campeonato tem um novo nome: é o campeonato da panela, porque é um cozinhado entre duas equipas. Este jogo com o Estoril provou isso.

A comunicação social prefer focar-se nos "fait divers" de bate-bocas entre o André Villas-Boas e o Pinto da Costa. Qual é a importância de um chamar Luís André a outro? Podem-me chamar Aguiar Macedo.

Preferem alimentar isto em vez de falar sobre os programas. Estamos todos os dias na bicada de um e na resposta do outro. O que interessa falar, que são soluções, não se fala.

Já lá vamos às ideias, mas ainda sobre as arbitragens, o presidente associou as arbitragens que o Porto se queixa à candidatura de André Villas-Boas. Concorda?

Tem de fazer essa pergunta ao Pinto da Costa porque eu não vou tão longe, nem subscrevo o que diz o presidente. Respeito, é a sua opinião. O que acho é que se continua a bater na malfadada primeira assembleia-geral e não se fala da segunda, que foi um exemplo de civismo, transparência. Só batemos na primeira.

Mas há crimes sob suspeita em relação à primeira...

Para praticar o bem, tenho de olhar pelo bem, o mal já está feito. Os pedidos de desculpa foram feitos e tudo o que aconteceu foi péssimo, mas não vou bater no ceguinho todos os dias. O que fizemos de melhor foi uma fantástica segunda assembleia.

Depois disso, li que houve vandalismo na sede do André. Afinal - não é que não seja grave -, mas quando vejo que cortaram o cabo de internet... Quem é o anormal que bate palmas a uma agressão? É péssimo, que sejam todos julgados e responsabilizados, mas uma internet cortada parece-me exagerado escrever que é vandalismo quando foi reposto quatro minutos depois, segundo a estrutura do André.

Já estão divididos os sócios, falta dividir as claques. É uma coincidência alguém falar em guarda pretoriana e depois o Ministério Público dar o nome à operação de pretoriano. Foi uma infeliz coincidência. E como é possível roubarem duas faixas do museu? Como não roubaram uma taça, que podem faltar noutros clubes e nós temos lá várias?

Alegadamente, foi a claque do Benfica que roubou após o clássico...

Eu já vi o Benfica sair espezinhado no Dragão, teriam mais motivos nessas alturas para roubarem as nossas claques.

O jogo ficou 5-0...

Sim, eu sei. Já vi o Porto ganhar 5-0 ao Benfica três vezes e espero nunca ver o contrário. Mas tudo está a acontecer ao FC Porto. A desunião do Porto-Vizela foi triste. Bocas de um lado para o outro, depois a claque do Coletivo vai embora, os Super Dragões também.

Mas isso não estará relacionado com as eleições. Ou acredita que está?

Eu não sei. Tento respirar fundo e pensar por que está a acontecer tudo ao Porto. Foram cinco meses tremendos. O que depois acontece é que esta fragilidade é aproveitada pelos abutres que gravitam à volta do FC Porto e que nos deitam abaixo.

Refere-se a quem?

Não vou dar nomes, mas de certeza que sabem as mensagens que passam na comunicação social. Ainda hoje li num jornal que o Porto ganhou em Guimarães com uma vantagem caída do céu. Sem palavras. O Vitória estava amorfo. Não foi um jogo fantástico, mas não foi o Guimarães que já vi jogar. E há três casos a prejudicar o FC Porto.

Vamos então ao seu projeto: como o resumiria e qual é a sua visão para os próximos anos do FC Porto?

Já nem falo em "merchandising" porque tenho vergonha dos números, mas o grande bolo das receitas está na Liga dos Campeões. Temos de marcar presença sempre e o Porto depende muito disso. Temos de atacar o mercado de transferências de forma cirúrgica. Podemos falar do "scouting". Há uns anos fomos buscar ao Vitória de Setúbal o Cisssokho por 300 mil euros e passado uns meses vendeu-o por 15 milhões de euros. É disto que falo.

Tivemos a entrada de dois diamantes por lapidar, o Alan Varela e o Otávio. O Porto tirará grandes dividendos destes dois jogadores. Temos de valorizá-los e a montra da Liga dos Campeões serve para isso. O Porto sempre foi vendedor e será sempre.

Mas já não será assim tão fácil comprar barato e bem...

Mas o Porto tem sido sempre isto. Quando o Porto falha contratações com Gabriel Veron, David Carmo... quantos milhões foram? Perde em termos competitivos e financeiros. O Porto tem de ter um departamento comportamental. O Porto tem de conhecer o homem por trás do jogador. Olhem para o caso do Veron, era um jogador associado a noitadas. Pelos vistos, quando veio para o Porto, nada mudou. É um jogador de risco e não quero correr esses riscos.

No dia em que formalizou a candidatura, perguntaram-lhe o que separava a sua candidatura da de Pinto da Costa. Na altura não respondeu e disse que eram "fait diverts" da comunicação social, mas eu vou aqui repetir a pergunta. Se é uma candidatura da continuidade, como assumiu, e já existindo a opção pelo presidente, porquê votar em Nuno Lobo?

O que me difere do presidente? Ultimamente, falámos de muitos pontos que esta direção descurou, como as contas. Segundo dizem, faremos um encaixe em breve de 60 a 70 milhões no negócio com a Legends, presidente prometeu capitais próprios positivos, já fala de futsal, padel e surf. Ele que não queria futsal porque não gostava de futebol num pavilhão.

Vejo que muito do que defendi em 2020 serviu de alerta e que muitas coisas mudassem. Sinto uma felicidade enorme. O presidente apresenta agora a academia, que era o sonho de qualquer portista. Os rivais já têm há 20 anos. O Braga e Famalicão têm estruturas melhores do que o Porto.

E falam de algo muito importante que eu falo no nosso programa: a formação. São as futuras mais-valias do clube. Sempre defendi a academia, uma promessa nunca cumprida.

Por outro lado, vejo outra candidatura a apresentar um ginásio. Desculpem, um centro de alto rendimento, que não sei bem o que é, mas preocupa-me. É para potenciar a equipa A, significa que a equipa principal não está potenciada? Onde incluo a formação? Ouvi que depois, talvez daqui a 15 anos, até pode ser na Maia. Não compreendo. Não sei onde vai caber toda a formação.

Então, qual é o seu projeto para a academia do FC Porto?

Queremos um espaço onde toda a formação esteja ligada à equipa principal.

Tem um projeto preparado? Será o da Maia, o do Olival?

Tenho muitas coisas em "stand-by". As apostas fazem-se em projetos que podem vencer. O nosso projeto em 2020 não era na Maia nem no Olival. Era outra cidade aqui perto.

Mas o seu projeto para 2024 fala em compra dos terrenos do Olival e alargamento do mesmo...

A situação que prevíamos complicou-se. Há cerca de oito a dez proprietários e uma parte do terreno junto ao rio é considerado reserva ecológica. A viabilidade para uma academia como foi apresentado pela lista A é quase impossível.

Mas é quase igual ao seu projeto, então...

Era a nossa ideia base. Primeiro, se vencer as eleições, preciso de ver as contas do clube. É preciso negociar a dívida e depois aliar-me aos parceios certos com entidades bancárias estrangeiras. Se surgir outro projeto melhor, o que importa é o melhor para o clube.

Se tudo o que há na Maia for verdadeiro, não o vou rasgar de certeza absoluta. Se for melhor a Maia, muito bem.

Mas a leitura inicial foi parecida à de Villas-Boas, que era manter tudo junto...

Sim, mas não sabemos as contas do clube.

Vai pedir auditoria?

Sim, mas isso é normal para saber as contas reais do clube. Em 2020, a direção pediu dois milhões a um banco estrangeiro para pagar ordenados. Tenho os pés assentes na terra, falam-se em 40 milhões o custo da academia na Maia. O André, com quatro campos de futebol - que por acaso vi a apresentação na cidade de Lisboa -, custará à volta dos 30 milhões. Não sei... São projetos que carecem ainda dos investidores.

Partilha da ideia que há pessoas a gravitar em torno de Pinto da Costa que o fazem em benefício pessoal e para prejudicar o FC Porto?

Sempre foi algo que convivemos, com pessoas que enriqueceram às custas do FC Porto. Não dúvido que aconteça, mas não vou alimentar essa fogueira. Sou muito pragmático, sou muito factual. Gosto de chamar os bois pelos nomes. Gostaria que o André dissesse que empresários são. Se é que são empresários. Que viesse denunciar. Se me perguntar se gosto dos negócios do Samuel Portugal, do Bruno Costa ou do Marcano? Não gostei. Das comissões chorudas? Não gosto. Das saídas a custo zero? Não gosto.

Há uns meses, o Taremi poderia ter saído por um valor, mas depois o Milan veio dizer que um empresário veio dissolver o negócio [Pedro Pinho]. Não gosto disso. O jogador nem está a competir, o Sérgio lá terá as suas razões. Se fosse comigo, mas comigo não calçaria mais as botas. Perdemos em nível desportivo e financeiro. Não quero um jogador que bateu com a porta e volta depois como o Marcano. E não tenho nada contra ele.

Defendo que se potencie os jogadores. O Porto tem de dar estabilidade emocional e financeiro. Cito muitas vezes o caso do Rúben Dias. Foi para o Manchester City, fez uma grande época e o clube não ficou à espera, renovou logo o contrato. É assim que temos de proceder.

Voltando ao programa: que modalidades devem ser acrescentadas?

Eu não quero descurar as outras. Até falo numa que dizem que é ridículo que é a pesca desportiva. O Porto já teve pesca desportiva. Não tenho nada contra, mas não vou levantar-me às três da manhã para ir pescar para o Douro, mas há muitos associados do Porto que gostam de pesca.

Mas não entendo como não há futsal. Desde 2020 que o digo. Por que não? Acho que iríamos ter o Dragão Arena sempre cheio para ver a modalidade. Eu sou um sócio presente no Dragão Arena, não apareço apenas em período eleitoral, e é lamentável que estejam 500 pessoas num jogo de basquetebol. Há que trabalhar nisto.

O que acha sobre ciclismo?

O ciclismo é muito querido aos sócios do Porto. Fomos campeões muitas vezes, lembro-me de ir ver com o meu falecido avô a Mondim de Basto. É preciso ser um processo muito bem pensado, porque temos uma mancha muito negra sobre a modalidade. É preciso cautela. Eu adoro ciclismo, mas é preciso ser muito bem pensado. Carece de muita transparência e acho que demorará um tempo a apagar esta última triste página.

Não manchou totalmente a nossa história, mas estes últimos anos foram terríveis.

Pinto da Costa prometeu voltar e disse que a verdadeira razão que o ciclismo foi interrompido foi porque "venceram demasiado". Concorda com esta opinião?

O Porto nunca vence demais.

Mas foi esse o motivo? Recordo que é um caso que está em tribunal...

Pode ter-se equivocado, porque o Porto nunca vence demais.

Mas equivocou-se em relação a isso ou em relação ao motivo para a suspensão da modalidade?

Do que eu sei e leio, é página negra na história do FC Porto. Tínhamos um leque de ciclistas fantásticos, não sei como foram cair nesta situação do doping. É terrível, mas espero que o FC Porto brevemente possa voltar.

O sexto vetor essencial do seu projeto aponta como objetivo tornar o FC Porto no maior clube europeu em cinco anos. Ao mesmo tempo, não tem como plano vender a SAD a investidores. Como planeia fazer isto?

Carece de uma interpretação: já não existe nenhum clube maior do que o Porto.

É mais uma piada do que objetivo?

Não é piada. Quero que continue no patamar dos grandes. E continua a ser. Vi certas piadas que o Porto iria ser cilindrado pelo Arsenal. Chegou ao Dragão e só não levou mais do que um... Na segunda mão, vimos o que aconteceu. Por infelicidade, não passou. O Porto consegue vencer quando se bate. Quero manter a bitola.

Qual é a avaliação que faz da temporada do FC Porto? Praticamente fora das contas do título e a própria qualificação para a Liga dos Campeões...

Se não fossem os condicionamentos, o Porto não estaria neste lugar. Ainda espero pelo castigo para o Rafa que disse ao João Pinheiro que ele não valia nada, para o Di María pela putativa cabeçada ao juiz de linha. Nada acontece. Estou à espera das conclusões dos processos em que o Benfica está envolvido.

Acontece o contrário ao Porto. Já vi castigos por palavras impercetíveis, lembro de um jogador andar para trás, bater no árbitro e ser expulso.

É um caso com quase dez anos...

Mas continuam a acontecer. Não me esqueço como o Benfica ganhou ao Chaves com três penáltis.

Mas falhou os três... Mas como avalia a temporada?

Vi algo inédito este ano, que foi Fontelas Gomes pedir desculpa porque o Sporting venceu um jogo com um golo em fora de jogo. Podiam fazer o mesmo com o FC Porto. Não podemos continuar a bater no ceguinho, que é usar a "newsletter" como forma de resolver o caos em que está o futebol português. O Porto tem de reunir tudo isto e mandar às altas instâncias do futebol europeu e mundial. Aqui em Portugal, os castigos só são aplicados no ano seguinte. Lembro do célebre caso Palhinha, que já estava em Inglaterra.

Voltando à avaliação... Ficar no terceiro lugar e vencer a Taça de Portugal seria uma época boa ou má?

É uma época terrível, como posso ficar contente? Porto é sempre para ganhar. Este fim-de-semana, há um Sporting-Benfica. O Porto se tivesse vencido ao Estoril estaria a seis, um a escorregadela poderia ficar a três. Assim, estamos quase arredados. Acredito que não foi de propósito... talvez. Mas são erros a mais a prejudicar o FC Porto. Somos a equipa com mais amarelos, mais posse de bola, mais vermelhos. É isto o que marca o campeonato.

Se for eleito, Sérgio Conceição é o seu treinador?

Tenho um elemento da lista que propôs um papel em branco ao Sérgio. Ele significa o ADN do FC Porto, a garra do Porto. Tivemos muitos exemplos desses. O Porto é um pouco isto, esta garra.

Se vencer, tem um plano B pensado se Sérgio Conceição não quiser continuar sem Pinto da Costa?

Não tenho. Só vejo Sérgio Conceição, não vejo outro. E Deus queira que, se não for a nossa lista, que as outras listas pensem assim. Penso que a lista de Pinto da Costa está com Sérgio Conceição, mas Deus queira que o eleito da lista B também seja.

Está à espera de debater com Pinto da Costa e Villas-Boas? Em 2020, foi muito crítico da falta de debates, até questionou onde estava a democracia no clube...

Falam das eleições e colocam o André e o Pinto da Costa... Mandei para a Lusa a propor um debate com o Villas-Boas. Ele respondeu: não iria fazer debates porque, em princípio, o presidente não iria a debates. Estou preparado para debater. Se é justo não estarem os três? Não tenho nada a ver com isso. Se o André quiser estar frente a frente comigo, fico à espera.

Acha que deveria partir do Porto Canal o convite?

Acho que poderia partir de qualquer um.

Qual a sua opinião sobre a candidatura de Villas-Boas? Em certo sentido e pelo peso que está a tentar, ajudou Pinto da Costa a repensar e melhorar a sua candidatura?

Evidentemente. Sempre defendi a pluralidade de programas. Tudo o que venha acrescentar e servir o FC Porto, eu bato palmas. Saúdo a candidatura do André. Tem a sua forma de fazer propaganda, algumas coisas concordo, outras não. O mesmo com Pinto da Costa. Se ele se sente fisicamente disponível para servir o Porto, ele é que sabe. Tem o seu programa.

O presidente falou em acabar com os prémios aos administradores. Eu denunciei as contas na última assembleia-geral. Acabei o meu discurso a questionar como era possível continuarem com isso, mas a imagem que passa da minha candidatura é que é uma colagem a Pinto da Costa.

Acha que isso é injusto?

Completamente injusto. A admiração, o respeito e admiração que tenho pelo presidente - que terei sempre - não significa que a candidatura não vá em frente. Tanto é que estou aqui, mas não contem comigo para insultos gratuitos ao presidente. São horríveis. Não contem comigo para ver outras pessoas dizer que o presidente tem poucos meses de vida. Não contem com a candidatura de Nuno Lobo.

Deveríamos olhar para os programas e deixar de lado os ataques pessoais. Nunca deixarei de admirar e ser grato a um grande presidente que foi e não sei se continuará a ser. Não sou ingrato.

Que expectativas e previsões tem para as eleições. Teve perto de 5% nas últimas eleições. Tem algum objetivo mais a longo prazo para se afirmar como uma possibilidade mais para a frente?

Sinceramente, não estou muito preocupado. Quero é que o Porto vença ao Sporting no domingo. E que, nessa segunda, trabalhem para o Porto ser mais forte e unido. Já disse mil vezes, estarei disponível, aconteça o que acontecer, tenha 3% ou 0%. Estou disponível todos os segundos para servir o Porto. Se for preciso, em 2028 estarei cá. Estarei atento e vigilante se não vencer as eleições.

Nesse sentido, não pensa em desistir da candidatura até às eleições e declarar apoio a um dos candidatos?

Faltam 22 dias, se não me acontecer nada - e espero que não - no dia 27 lá estarei. Não vejo o que possa mudar. Puseram em causa que eu não iria formalizar a candidatura, agora aparecerá outra coisa qualquer. E também não contem com o Nuno Lobo para que o Porto reate laços institucionais com Benfica e Sporting. Enquanto o Porto continuar a ser prejudicado, comigo não haverá hipóteses nenhumas.

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