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Pizarro sobre Araújo."Vamos rapidamente ver a falta que ele faz ao país e ao SNS"

24 abr, 2024 - 12:16 • João Carlos Malta

O ex-ministro da Saúde faz elogio público ao CEO demissionário do SNS e deixa uma bicada ao novo Governo afirmando que a verticalidade e a independência nem sempre são apreciadas "pelo poder político nas pessoas que ocupam lugares de chefia na administração pública".

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O ex-ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reagiu à demissão de Fernando Araújo do cargo de CEO do SNS, escrevendo numa rede social que "vamos rapidamente a falta que ele faz ao País e ao SNS".

No Facebook, Manuel Pizarro escreve que hesitou em escrever sobre a saída de Araújo, mas ainda assim decidiu fazê-lo para o elogiar. "Fernando Araújo é um médico excecional, um professor universitário de mérito, um gestor público com provas dadas, um cidadão a quem os portugueses muito devem".

Pizarro diz ainda que "até no momento em que se demite mostra a sua elegância e o seu desprendimento". O ex-ministro prefere "não vou comentar as circunstâncias que o forçam a esta atitude".

Ainda assim, quis dar o "público testemunho do meu apreço e admiração por ele, pela sua verticalidade e pela sua independência". O mesmo diz que estas qualidades que nem sempre são muito apreciadas pelo poder político nas pessoas que ocupam lugares de chefia na administração pública".

Já o Presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, considera que esta demissão era previsível por serem públicas as diferenças de pensamento entre a nova ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e Fernando Araújo, nomeadamente no que diz respeito à criação de ULS em todo o país. A agora ministra demitiu-se da ULS do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

"Ainda assim tínhamos uma esperança de que fosse possível chegar a um consenso mínimo porque estas são mudanças que demoram muito tempo a serem implementadas no terreno", rematou Xavier Barreto que pediu ao primeiro-ministro Luís Montenegro que nomeie rapidamente um novo diretor-executivo.

Fernando Araújo apresentou esta terça-feira à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a demissão da Direção Executiva do SNS (DE-SNS). A decisão foi comunicada através de uma carta enviada ao Ministério da Saúde, a que a Renascença teve acesso.

"Esta difícil decisão permitirá que a nova Tutela possa executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual DE-SNS possa ser considerada um obstáculo à sua concretização", sublinha Fernando Araújo, que está no cargo desde 1 de janeiro de 2023.

A nova ministra da Saúde tinha solicitado, no prazo de 60 dias, um relatório sobre o trabalho realizado pela Direção Executiva do SNS. Fernando Araújo pede que a data de produção de efeitos da demissão "seja o dia seguinte a apresentarmos o relatório da atividade exigido pela tutela".

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  • Americo
    24 abr, 2024 Leiria 11:41
    Manuel Pizarro..........por favor poupem-nos.............

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