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Sindicato e estudantes preocupados com "desaparecimento" do Ministério do Ensino Superior

28 mar, 2024 - 23:53 • Vasco Bertrand Franco , com redação

Com tantos dossiers entre mãos, Fernando Alexandre terá de ser um “superministro com supercapacidades”, afirma José Moreira, do Sindicato Nacional do Ensino Superior.

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O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), José Moreira, lamenta o desaparecimento do Ministério do Ensino Superior e diz que onovo ministro da Educação, Fernando Alexandre, terá de ser um “superministro com supercapacidades”.

Em declarações à Renascença, o sindicalista manifesta vontade em trabalhar com o ministro da Educação, Ciência e Inovação, para resolver todos os problemas dos professores e investigadores.

José Moreira mostra também “muita preocupação com o facto do Ministério do Ensino Superior e da Ciência ter desaparecido, porque quer dizer que, pelo menos aparentemente, o peso político do setor vai diminuir no Conselho de Ministros”.

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José Moreira lamenta "desaparecimento" do Ministério do Ensino Superior

“A questão de ficarmos num mega Ministério, com uma agenda enormíssima de assuntos a tratar e com assuntos que estão na primeira linha da agenda política, suponho que tornará bastante difícil o trabalho do ministro Fernando Alexandre”, sublinha.

Para o presidente do SNESup, Fernando Alexandre “terá que ser um superministro com supercapacidades, porque além dos problemas com todos os outros graus de ensino, o Ensino Superior e a Ciência têm em cima da mesa um conjunto importante de dossiers que era importante fechar”.

Estudantes criticam "desvalorização" do Ensino Superior e a Ciência

O movimento estudantil do ensino superior também “manifesta o seu veemente repúdio” pela decisão do primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, “de não criar um ministério exclusivo para a ciência, tecnologia e ensino superior”.

“Esta medida, ao juntar o ensino superior a outras áreas da educação, demonstra um claro desrespeito pela importância e especificidades do ensino superior e da importância estratégica da ciência para o crescimento económico do país”, refere as várias federações estudantis, em comunicado.

Ao não atribuir um ministério próprio, “o Governo deixa claro que não reconhece a necessidade de políticas e investimentos específicos para promover a excelência e a valorização desta área em Portugal”.

O movimento estudantil do ensino superior considera que o novo executivo está a comprometer o futuro do país e a prejudicar “não só os estudantes, mas também a sociedade no seu todo”.

O Governo é desafiado a “reconsiderar esta decisão e a dar a devida prioridade ao ensino superior, garantindo-lhe a atenção e os recursos necessários para que possa cumprir plenamente a sua missão de formar cidadãos qualificados e contribuir para o desenvolvimento sustentável de Portugal”.

O economista e ex-secretário de Estado Adjunto da Administração Interna Fernando Alexandre foi a escolha de Luís Montenegro para ministro da Educação, Ciência e Inovação.

O titular da pasta da Educação no XXIV Governo Constitucional integrou o primeiro executivo liderado por Pedro Passos Coelho, entre 2013 e 2015, tendo-se demitido por alegadas incompatibilidades com a então ministra Anabela Rodrigues.

[notícia atualizada]

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