17 mai, 2016 - 23:20
Três dos 15 arguidos do processo “Jogo Duplo” vão ficar a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva. A juíza decidiu aplicar a medida de coacção mais pesada ao jogador Diego Tavares, do Oriental, o empresário Gustavo Oliveira e Carlos Silva, conhecido como “Aranha” e com ligações a uma claque de futebol.
Os restantes arguidos, entre os quais jogadores do Oriental, da Oliveirense e dirigentes do Leixões, ficam em liberdade, com termo de identidade e residência (TIR) e impedidos de contactar entre si.
Além do TIR, o presidente do Leixões, Carlos Oliveira, e o secretário técnico, Nuno Silva, ficam suspensos de funções no clube nortenho.
Em causa neste processo está a alegada viciação de resultados desportivos de equipas de futebol da II Liga portuguesa.
As medidas de coacção foram conhecidas esta terça-feira, no final de um dia de interrogatórios no Tribunal de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa.
Aquela juíza de instrução criminal ordenou ainda que a Liga
Portuguesa de Futebol Profissional fosse notificada da decisão, com vista à instauração
de eventuais processos disciplinares.
As detenções pela Polícia Judiciária ocorreram no sábado. Num comunicado divulgado nesse dia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicava que neste processo investigam-se "factos susceptíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e activa na actividade desportiva", envolvendo como suspeitos "dirigentes e jogadores de futebol" e outros com "ligações ao negócio das apostas desportivas".
Os 15 elementos são suspeitos de "manipulação de resultados de jogos da II Liga de futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores", esclarece ainda a nota da PGR.
A operação 'Jogo Duplo' resultou nas detenções de quatro futebolistas do Oriental (João Pedro, André Almeida, Rafael Veloso e Diego Tavares), outros tantos da Oliveirense (Luís Martins, Pedro Oliveira, Ansumane e Hélder Godinho) e mais dois que alinharam na equipa de Oliveira de Azeméis esta época (Moedas e João Carela), agora no Estarreja.
O presidente da SAD do Leixões, Carlos Oliveira, e o director-desportivo, Nuno Silva, o ex-futebolista Rui Dolores, assim como os empresários Carlos Daniel, conhecido como 'Aranha' e com ligações aos SuperDragões, claque do FC Porto, e Gustavo Oliveira, também foram detidos.
A operação “Jogo Duplo” realizou buscas em 30 locais e envolveu mais de 70 inspectores e as detenções aconteceram depois dos jogos da última jornada da II Liga.