“Jogo Duplo”. Suspeitos foram identificados, mas interrogatório ainda não começou

Os 15 detidos por suspeita de manipulação de resultados de jogos da II Liga foram identificados esta segunda-feira pela juíza Isabel Sesifredo, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.

Os advogados vão consultar o processo na terça-feira de manhã e interrogatório aos implicados na operação “Jogo Duplo” deverá arrancar depois, disse aos jornalistas Paulo Graça, advogado do jogador André Almeida, do Oriental.

“O juiz procedeu à identificação dos arguidos. A consulta de provas será feita apenas amanhã. A consulta poderá ser feita pelos advogados a partir das 9h00. Os arguidos serão ouvidos a partir das 11h00.”

O advogado Paulo Graça recusou prestar mais esclarecimentos sobre as diligências realizadas pelas autoridades, alegando que o processo está em segredo de justiça.

Já advogado Nelson Graça avisa que as duas horas dadas aos advogados para consultarem o processo "podem não ser suficientes". "Não há duplicados de nada. São 15 arguidos, vamos supor que somos dez advogados, se há dois volumes, mais alguma coisa, haverá alturas em que vamos estar a atrapalhar uns aos outros", explica.

Os interrogatórios aos 15 detidos no âmbito da operação “Jogo Duplo” deverá arrastar-se durante vários dias.

Entre os detidos na operação realizada no sábado estão quatro jogadores do Oriental de Lisboa, o presidente e um director do Leixões, quatro futebolistas da Oliveirense, um elemento de uma claque de futebol e empresários.

A investigação a cargo da Unidade de Combate à Corrupção da Judiciária ainda não está fechada, mas os advogados desconhecem se esta segunda-feira foram realizadas novas diligências.

As autoridades suspeitam de pagamentos para a viciação de resultados de jogos de futebol da II Liga com objectivos desportivos, mas também de manipulação de apostas online.