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Impresa, dona da Visão, pondera vender revistas

23 ago, 2017 - 17:28

Grupo diz que quer apostar no audiovisual e no digital. O "Dinheiro Vivo" avança que a Impresa quer vender as 13 revistas do grupo, incluindo a Visão.

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A Impresa, dona da SIC, Expresso e Visão, admitiu esta quarta-feira vender títulos, no âmbito de um “reposicionamento estratégico” da sua actividade, que passa por um “enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital”.

Após reuniões de elementos das direcções com trabalhadores de vários títulos, o presidente executivo do grupo de comunicação social, Francisco Pedro Balsemão, enviou uma mensagem indicando que tendo em conta o Plano Estratégico para o triénio 2017-2019, a “Impresa procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade”.

Segundo o dirigente, as alterações vão implicar uma “redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital”.

“Nesse sentido, [a Impresa] iniciou um processo formal de avaliação do seu portfolio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos. A prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial”, concluiu na mesma nota.

Contactado pela Lusa, um elemento da Comissão de Trabalhadores informou não ter tido até agora qualquer contacto directo com a administração, mas assegurou que a CT vai pedir uma “reunião urgente” para esclarecer a situação.

Durante esta tarde foi transmitido a vários trabalhadores que Expresso e SIC deverão manter-se no grupo e que outros títulos podem ser vendidos ou encerrados, de acordo com fontes das redacções ouvidas pela Lusa.

O "Dinheiro Vivo" avança que a Impresa quer vender as 13 revistas do grupo, incluindo a Visão. O mesmo site avança que a Impresa tem em curso conversações com, pelo menos, três potenciais compradores.

A Impresa detém, além do jornal "Expresso" e da SIC, vários outros títulos, incluindo as revistas Visão, Caras, Blitz, Activa, Exame e Exame Informática.

Sindicato "preocupado"

O Sindicato dos Jornalistas está "preocupado com a agitação no grupo Impresa" e pediu "uma reunião urgente com o presidente do Conselho de Administração" para obter "esclarecimentos sobre a anunciada redução da exposição do grupo ao sector das revistas".

Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas "lamenta que, neste quadro, o Conselho de Administração [da Impresa] não tenha em conta a situação laboral de cerca de duas centenas de trabalhadores" das várias publicações do grupo, que incluem a Visão, a Caras, a Activa, a Exame, a Exame Informática, a Telenovelas e a TV Mais, o Courrier Internacional, o Blitz e o Jornal de Letras.

O órgão liderado por Sofia Branco diz estar "solidário com todos os trabalhadores deste universo" e "à disposição para prestar toda a colaboração que considerarem necessária".

Lucro de 2,8 milhões

O grupo Impresa fechou o segundo trimestre deste ano com um lucro de 2,8 milhões de euros, uma queda de 22,5% face aos 3,6 milhões de euros registados em igual período de 2016.

"Este trimestre já colhemos frutos da implementação do nosso plano estratégico", referiu, na altura, Francisco Pedro Balsemão, destacando haver "indicadores operacionais positivos que demonstram" o caminho certo da empresa.

No início de Março, Francisco Pedro Balsemão disse à Lusa estar confiante na concretização do Plano Estratégico, que, apesar de "ambicioso, é exequível e realista".

O Plano Estratégico prevê, entre outras metas, melhorar a rentabilidade da SIC, aumentar as receitas digitais do grupo e acelerar a expansão internacional, admitindo também repensar as actividades que não tenham um contributo estratégico para o grupo.

A 21 de Julho, a Impresa anunciou a decisão de "interromper o processo de emissão de obrigações", devido a "alterações recentes" nos media, com o presidente executivo a afirmar que o grupo vai acompanhar "com atenção e dinamismo a evolução do mercado".

A 3 de Julho, a Impresa anunciou o lançamento de uma oferta de subscrição de obrigações, a cinco anos, dirigida a investidores qualificados e cujo valor poderia chegar aos 35 milhões de euros.

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  • ISIS
    23 ago, 2017 Portugal 17:57
    Até dos óculos do Pessoa estes maçons conseguem fazer a sua pirâmide. Vende tio, vende. Quantos menos houver mais concentrado fica o poder dos média. Carrega tio. Bilderberg até à morte.

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