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Era uma vez um califado…

17 nov, 2017 - 12:20

Forças iraquianas retomaram esta sexta-feira a vila de Rawa, pondo fim ao sonho de um califado onde imperava a interpretação mais radical e impiedosa da lei islâmica.

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As forças armadas do Iraque puseram fim, esta sexta-feira, ao sonho dos jihadistas do Estado Islâmico de gerirem um estado territorial.

Foi no dia 29 de Junho de 2014 que o líder do grupo terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou oficialmente a implantação de um califado, isto é, um estado islâmico chefiado por um líder religioso, sucessor de Maomé e com jurisdição sobre todos os muçulmanos, em todo o mundo.

O grupo que até então usava o nome Estado Islâmico do Iraque e do Levante mudou o nome para apenas Estado Islâmico. Estava no auge do seu poder. Dominava cerca de uma terça parte da Síria e do Iraque e os seus militantes tinham desbaratado os soldados regulares do exército iraquiano, ocupando a segunda maior cidade daquele país, Mossul. O mundo via atónito a fuga de centenas de milhares de cristãos, muçulmanos xiitas e até sunitas moderados. Nas cidades ocupadas qualquer poste de iluminação servia para enforcar dissidentes e as redes sociais encheram-se de vídeos grotescos de decapitações e milhares de fundamentalistas em todo o mundo juraram fidelidade ao califa, fazendo os possíveis para ir combater para as suas fileiras.

Quando os yazidis morriam à sede no monte Sinjar, cercados por jihadistas, o mundo finalmente agiu mas seria preciso quase mais três anos e meio até que o Estado Islâmico deixasse de ocupar território. Esse dia chegou finalmente esta segunda-feira quando as forças iraquianas “libertaram por inteiro a vila de Rawa, hasteando a bandeira do Iraque sobre os seus edifícios”, segundo o tenente general Abdul Ameer Rasheed Yarallah.

“Com a libertação de Rawa, podemos dizer que todas as áreas me que o Estado Islâmico estava presente foram libertadas”, disse ainda um porta-voz militar, depois de a Síria ter tomado o controlo do último reduto do Estado Islâmico no passado dia 9 de Novembro.

Apesar de o grupo terrorista já não ocupar território, muitos dos seus militantes terão conseguido fugir para o deserto, de onde planeiam lançar ataques de guerrilha. O combate centra-se agora nesse combate.

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