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Reportagem

​Negócios na Web Summit. “Acabei de falar com dois investidores e está bem encaminhado”

09 nov, 2017 - 20:45 • Cristina Nascimento

Cimeira de tecnologia chegou ao fim. Participaram mais de duas mil "startups" e marcaram presença cerca de 60 mil pessoas, vindas de 170 países.

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Fechadas as portas do Altice Arena e dos pavilhões da FIL, em Lisboa, fazem-se balanço aos três dias de Web Summit. O grande chamariz do evento são as oportunidades de negócio. O sucesso não está garantido, mas muitos saem com a certeza de bons resultados.

“Ainda não sabemos ao certo no que vai resultar, mas há interesse de vários parceiros”, diz à Renascença Meir Biton, da Story Bot, um brinquedo que, embora tecnológico, pretende afastar os miúdos dos ecrãs e obrigá-los a fazer exercício físico.

Biton não hesita em dizer que a Web Summit foi óptima e que o principal objectivo que tinham era dar a conhecer o produto, pois lançaram-no há pouco tempo. “Tivemos óptimas reacções e era isso que estávamos à procura”.

Noutro pavilhão da FIL, o português Pedro Carreira partilha do mesmo entusiasmo.

“Nas últimas duas horas falei desde o embaixador holandês até um investidor privado do Líbano. Isto em duas horas, imagine em três dias”, diz o director de operações da Planetiers, um “mercado online sustentável para os consumidores que querem ter um estilo de vida mais saudável através do seu padrão de consumo”.

No fundo, é uma plataforma onde serviços e bens produzidos de forma sustentável estão ao dispor de quem os queira adquirir.

“Abrimos há quatro meses a primeira versão do site e já temos mais de 120 empresas, mais de 500 produtos portugueses”, diz Pedro Carreira. A reacção tem sido tão positiva que a Planetiers quer já avançar para a internacionalização.

“Em Janeiro avançamos com a nova versão do site, já em inglês, para começarmos a distribuir para a Europa, mas já nos fazem o repto para lançar no mercado asiático”, diz Pedro Carreira, garantindo que para dar esse passo serão “muito úteis” os contactos feitos na Web Summit.

Um italiano sem tempo para dormir

Internacionalização é também um dos principais objectivos da “startup” italiana Cocovan, um site onde os proprietários de autocaravanas podem disponibilizar as suas viaturas para aluguer.

“Acabei de falar com dois investidores e está bem encaminhado”, diz Guglielmo Rapino. Este jovem italiano garante que não dorme desde que chegou a Lisboa, mas regressa a Itália de espírito totalmente preenchido.

“A Web Summit é um ambiente fantástico para as ‘startups’, tantas coisas a acontecer, tantas ideias, tantas pessoas para conhecer. Só isso já é óptimo para encher a cabeça com novas ideias e novas perspectivas”, acrescenta.

Outro negócio que sai de rosto iluminado é a Lettuce Grow. João Pinto e os seus parceiros já esgotaram os fundos próprios que tinham disponíveis para desenvolver este site que quer pôr em ligação pequenos produtores agrícolas com pequenas e médias empresas, sobretudo restaurantes.

“Os produtos agrícolas portugueses são óptimos, é pena serem tão caros nas grandes superfícies. Eu falo pela minha experiência de cozinheiro, às vezes estava a fazer um cozido à portuguesa com legumes espanhóis e não me sentia bem", diz.

A procura tem sido muita, garante, quer do lado de produtores agrícolas, quer do lado dos restaurantes, sobretudo em Lisboa e no Algarve.

“O objectivo é que em Janeiro a plataforma já possa estar online”, uma meta mais fácil de alcançar depois da Web Summit.

“Penso que através dos contactos que fizemos aqui, de uma maneira ou outra, vamos conseguir os fundos necessários para a plataforma avançar”, remata.

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