Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Pedro Santana Lopes anuncia que é candidato à liderança do PSD

10 out, 2017 - 23:09

Candidato à liderança do PSD diz que não tem complexos de fazer acordos à esquerda e que avança "por dever" e para evitar entregar partido a críticos de "trabalho de salvação nacional".

A+ / A-

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes anunciou esta terça-feira que é candidato à liderança do PSD nas eleições directas marcadas para 13 de Janeiro, no seu espaço de comentário televisivo na SIC.

Além de chefe de Governo, Santana Lopes foi líder do PSD, presidente das Câmaras da Figueira da Foz e da de Lisboa e desempenha actualmente as funções de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

"Hoje é um dia de boas noticias, Portugal ganhou e eu sou candidato à liderança do PPD/PSD", afirmou, numa alusão ao apuramento da selecção para o Mundial. Santana admite que foi só depois de ter recebido mensagens de encorajamento, na sequência da noite eleitoral das autárquicas, que decidiu avançar.

Santana Lopes justifica a sua candidatura “por dever” e para evitar entregar o partido a quem passou a vida a criticar o "trabalho de salvação nacional" feito pelo anterior executivo, de Passos Coelho.

"Candidato-me para levar o PPD/PSD a disputar as eleições de 2019 e para as ganhar, não para ser segundo, mas para ser primeiro", afirmou, que fez o anúncio da candidatura no seu espaço de comentário televisivo semanal na SIC, juntamente com o antigo ministro socialista António Vitorina, ao qual se seguiu uma entrevista de quase meia hora.

O antigo primeiro-ministro disse que para tomar esta decisão apenas "pediu licença" aos filhos, que lhe deram "via verde" e até o encorajaram.

Questionado sobre o que o move para, aos 61 anos, voltar a submeter-se a votos no partido e, se ganhar, no país, respondeu que foi a convicção de ter "o dever de avançar".

Santana Lopes fez uma diferença em relação à sua recusa recente de ser candidato autárquico em Lisboa: "Deixar a Santa Casa, onde adoro o trabalho que faço, para me candidatar a presidente da Câmara Municipal de Lisboa não fazia sentido, aqui está em causa o país".

Recusando que possa vir a ser um líder de transição, Santana Lopes apontou uma outra razão para assumir este desafio, lembrando que defendeu, em geral, o trabalho do ainda líder do PSD e ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

"Os partidos têm de ser pessoas de bem. Também me apresento por isso, não é para defender herança nenhuma, mas não me parece bem que um partido possa ser entregue a quem, numa altura tão difícil para o país, passou a vida a pôr em causa esse trabalho de salvação nacional", justificou, numa referência ao candidato já anunciado, Rui Rio, que apresenta na quarta-feira a sua candidatura em Aveiro.

No entanto, disse que, na campanha interna, não irá nunca dizer mal do seu adversário, assegurando ter muita consideração pessoal por Rui Rio.

Sobre as diferenças entre ambos, apontou o posicionamento político: "Eu não tenho propensão para fazer um Bloco Central", disse, admitindo, contudo, que Rio aproveitará a apresentação da sua candidatura para esclarecer esta e outras questões.

Santana afirmou que defende pactos de regime em áreas como as Obras Públicas, a Justiça e a Saúde, além da Segurança Social, embora admitindo que nesta área possa ser mais difícil.

"Venho para marcar bem a alternativa e, se o dr. António Costa não levar a mal, para lhe ganhar as eleições de 2019", disse, considerando que não é por haver acordos em certas matérias que os partidos não afirmam as suas diferenças.

"Se for eleito líder do PPD/PSD, não vão passar a vida a ver-me zangado, vão ver-me muitas vezes a dizer 'estou de acordo'", acrescentou.

No entanto, disse não poder haver cedências, por exemplo, no apuramento de responsabilidades sobre os incêndios de Pedrógão ou do furto de material de guerra em Tancos.

"Não serei um líder distante, mas próximo", prometeu, dizendo, em tom de brincadeira, não querer roubar o pelouro dos afetos ao Presidente da República.

A este propósito, Santana considerou injustas as críticas feitas a Marcelo Rebelo de Sousa por o ter recebido na segunda-feira, embora admitindo tê-lo informado sobre a sua decisão de se candidatar à liderança do partido.

Reposicionar o partido – "trazer de novo o PPD/PSD" – foi outra das promessas que deixou, caso seja eleito, e assegurou que, quando fizer a formalização da sua candidatura, irá apresentar o que chamou de "equipa de luxo de gente nova", dizendo contar com muitos apoios pelo país na geração dos 30/40 anos.

"Não faço tenções de ser um presidente que fala todos os dias e aparece todas as semanas", afirmou, dizendo que, em caso de vitória, terá uma equipa de porta-vozes permanentes.

Nesta geração, apontou como exemplos de rostos do PSD que gostaria que tivessem mais destaque os atuais deputados Miguel Morgado e Duarte Marques.

Dizendo ser-lhe "indiferente" que se apresentem ou não mais candidatos à liderança do PSD, Santana Lopes assegurou que só começou a ponderar a candidatura depois das autárquicas, desejou que a campanha interna possa ser civilizada e, questionado sobre o que fará se perder, respondeu: "Vou ser livre".

[Notícia actualizada às 00h04]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • 11 out, 2017 aldeia 18:28
    Neste psd,qual a figura que se destaca? gostava de saber!......Pobre partido de Sá Carneiro..............
  • couto machado
    11 out, 2017 porto 16:18
    É bom para o partido e mau para aquelas mulas e ronhas que por lá andam (e não é só lá) que irão ser corridos....
  • Astrolabio
    11 out, 2017 capital 10:50
    Pobre PSD, com Gente como S. Lopes e Morgado! Só lhe falta o Amaro Leitão e a Maria Luís, para ser o desastre total. Santana parece que não percebeu o resultado das autárquicas.
  • julio
    11 out, 2017 vila verde 10:14
    Não te candidates Santana se ganhas as elições tens que limpar o esterco que a geringonça deixa e ainda ficas o mau da fita como aconteceu ao Coelho
  • Fernando
    11 out, 2017 Lisboa 06:55
    O PSD com Santana passa a ser uma clinica de geriatria. De partido de garotada medíocre e imbecilizada passa a partido de velhadas fora de prazo. Santana há muito que deixou de ser um Menino Guerreiro e passou a ser um Velho Tachista. Há quanto tempo é que se anda a levar com Santana? Que tem Santana para dar a Portugal e aos Portugueses? A classe política que agarrou o poder político em Abril de 74 já parece um parque jurássico.
  • Antonio
    11 out, 2017 Mirandela 00:41
    Ó Senhor Dr. Santana para que se mete nestas alhadas ? E se alguém lhe pergunta na Assembleia da Republica porque é que o Senhor quando presidente da Câmara da Figueira vinha à noite para a borga em Lisboa no carro da Câmara e ainda recebia ajudas de custo, que depois o Tribunal de contas lhe mandou devolver os mais 400 contos à Câmara...........o Senhor e volveu ?????
  • Luis
    10 out, 2017 Lisboa 23:16
    Com Santana o PSD vai continuar a ser a pocilga que é.

Destaques V+