30 set, 2017 - 21:01 • Susana Madureira Martins
O Presidente da República apela ao voto nas Autárquicas, na habitual mensagem presidencial transmitida na véspera das eleições, deixando uma advertência clara face à escolha de não se ir votar.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, é sabido que "não votar em eleições locais pode representar uma omissão incompreensível ou um descuido imperdoável e, o que é pior, de efeitos largamente incorrigíveis", recordando que este acto eleitoral ocorre "depois de tantos e tão difíceis anos de crise e até de tragédias comunitárias, como os que temos vivido", numa referência implícita aos incêndios deste Verão e a Pedrógão Grande.
Na sua mensagem, o Chefe de Estado salienta também o carácter local destas eleições, frisando, por exemplo, que não se trata da "escolha de um líder partidário" nem de escolher "um Presidente da República, um parlamento nacional, um Parlamento Europeu, um Governo".
E, na sequência desta ideia, Marcelo Rebelo de Sousa diz o que é que os eleitores vão escolher amanhã: vão escolher e "legitimar os que irão governar as vossas terras, as vossas freguesias, os vossos municípios nos próximos quatro anos", rematando que "legitimar significa votar amanhã".
O Chefe de Estado sublinha que aqueles que forem eleitos são aqueles que "todos os dias mais próximos se encontram do povo e dos seus problemas concretos", falando do poder local como "um dos fusíveis de segurança" da democracia portuguesa.
Sendo assim, o Presidente questiona mesmo: "sem ele", ou seja, sem o poder local "como seria a resposta a necessidades básicas dos portugueses, quer em tempos normais, quer, e sobretudo, em períodos particularmente exigentes?".
Evitando falar da campanha, Marcelo Rebelo de Sousa diz que este período eleitoral "genericamente, decorreu com sentido cívico", considerando, por isso, "um erro generalizar juízos", tendo em conta que "nestas fases eleitorais haverá sempre quem aponte o entrecruzar de temas nacionais e locais, as personalizações excessivas, o cansaço de alguns relativamente a alguma política e alguns políticos".
Logo no início da mensagem, e fazendo lembrar a auto-designada política de afectos que tem marcado o seu mandato, o Presidente da República começa por dizer que "como cidadão" confia no "espírito de cidadania" e no "amor à terra, seja ela natal ou adoptiva" dos eleitores, rematando com um "confio no vosso amor a Portugal".
As eleições para as assembleias municipais, câmaras municipais e juntas de freguesia realizam-se este domingo.