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Passos considera “uma perversão” integrar Governo na supervisão financeira

19 set, 2017 - 13:46

O ex-primeiro-ministro recorda que o caminho proposto é o inverso do que se tem passado no resto da União Europeia.

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O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, opõe-se a um reforço do papel do Governo na supervisão financeira, que considerou “uma perversão e um passo atrás”, garantindo que tal proposta não terá o apoio do partido.

No final de uma acção de campanha autárquica em Arcos de Valdevez, Passos Coelho fez questão de se referir ao relatório do grupo de trabalho para a reforma da supervisão financeira, apresentado na segunda-feira, que defende o reforço da intervenção do ministro das Finanças na supervisão do sector financeiro, tendo o Governo a última palavra relativamente a soluções que tenham impacto nas contas públicas.

O líder do PSD salientou que o Governo ainda não apresentou esta proposta técnica como sua, mas fez questão de se demarcar desde já de um aspecto do relatório: “procurar trazer o Governo para a supervisão financeira”.

“Se o que queremos é reforçar a independência dos supervisores, depois não podemos fazer um Conselho de Supervisores onde está o Governo”, afirmou esta terça-feira Passos Coelho.

Questionado se esta for a proposta do Governo poderá ter o apoio dos sociais-democratas, Passos foi claro: “Não, não pode ter, porque isso é uma perversão, um passo atrás, um desacerto em relação ao que se passa na União Europeia, onde o caminho que se faz é até o inverso, criar mecanismos de supervisão independentes dos Governos”.

Passos Coelho sugeriu que este tipo de alterações pode ter a ver com o facto de os partidos que apoiam o Governo terem “menos apreço” pelo actual Governador do Banco de Portugal, mas aconselhou o executivo a tomar outro caminho, se quiser de facto ter o apoio dos sociais-democratas.

“Vai ser mais uma espécie de teste ácido para ver se a conversa sobre consensos é apenas conversa”, disse.

Passos Coelho lembrou que o PSD já apresentou iniciativas nesta matéria e até concordou com a necessidade de reforço de mecanismos de coordenação entre supervisores.

“Achamos até interessante reforçar a independência dos reguladores, por exemplo da nomeação feita a partir do Presidente da República, não nos opomos a essa questão, mas implica revisão constitucional”, disse.

O relatório apresentado no Ministério das Finanças por Carlos Tavares, que presidiu a este grupo de trabalho, prevê a criação do Conselho Superior de Política Financeira (CSPF), que actuaria “como garante da necessária articulação e cooperação entre todas as entidades a quem cabe a missão de assegurar a estabilidade financeira do país (Governo, Banco Central e Supervisores)”.

O grupo de trabalho recomenda que o CSPF seja “presidido pelo ministro das Finanças” e que integre ainda o governador do Banco de Portugal, o secretário de Estado do Ministério das Finanças com a responsabilidade do sistema financeiro, um vice-governador do Banco de Portugal, e ainda o presidente e o vice-presidente do Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF), “podendo ainda estar representados directamente os supervisores sectoriais ASF [Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões] e CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários]”.

Comentários
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  • Será?
    20 set, 2017 Pt 09:33
    Que em Arcos de Valdevez o fundamentalismo militante não permite distinguir um mentiroso compulsivo de uma pessoa normal? Como é possível ainda levarem a serio um individuo que sofre de patologia de perversão?
  • rosinda
    19 set, 2017 palmela 20:36
    venha o paulo portas para campanha do cds para combater o jeronimo sousa!
  • Comentários
    19 set, 2017 Pt 20:23
    Na gaveta desde as 16:25?
  • Será?
    19 set, 2017 Lx 20:02
    Que este anormal sabe o que significa perversão?. Em [Psicologia, Psiquiatria] é um desvio patológico do comportamento considerado normal!...
  • Perversão
    19 set, 2017 Lis 18:58
    Foi o que este manhoso fez durante 4 anos e meio de sufoco e de empobrecimento do País e das famílias. Então como é! Aquele que se farta de piar por reformas estruturantes, acusando o actual governo de não as fazer, comporta-se agora com um contra, porque não teve a capacidade com a sua partenaire financeira, para as fazer deixando o sistema financeiro de rastos e varrendo para debaixo do tapete tudo o que poderia colocar em risco a famigerada saida limpa, com que mais uma vez aldrabou os portugueses que o elegeram de boa fé! Este mariolão nem merece o ar que respira! Os papalvos continuem a votar nele e a levá-lo a serio que serão tão ou mais responsáveis do que ele!
  • João Lopes
    19 set, 2017 Viseu 17:42
    É sensato o que diz Passos Coelho: “Se o que queremos é reforçar a independência dos supervisores, depois não podemos fazer um Conselho de Supervisores onde está o Governo”.
  • 19 set, 2017 aldeia 17:37
    Sempre optimista,e ainda com esperança de ser alguém na politica................
  • Geraldo Soares
    19 set, 2017 Chaves 16:25
    Bestial foi ser eleito PM a mentir para depois cortar reformas, pensões, salários, férias, aumentar impostos e mesmo assim aumentar a dívida e pôr-nos a pagar uma dívida que não era nossa. Isso é que não era perversão...estás a mais Passos.
  • F Soares
    19 set, 2017 A da Gorda 15:06
    Realmente, integrar PP Coelho é que seria bom ! Vai te catrar !
  • JULIO
    19 set, 2017 vila verde 15:05
    Estes comentarios em relção ao passos parecem-me todos de parasitas foi esses que ele queria meter na linha, mas agora mamar à custa de qem trabalha é muito melhor

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