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Salgado participava em jantares para angariar emigrantes da Venezuela e África do Sul

19 set, 2017 - 13:25 • Sandra Afonso

Existem cerca de 250 lesados, mas o número deve aumentar. Falam em quase 120 milhões de perdas e querem uma solução parecida com a que o Governo apresentou aos lesados em Portugal.

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Ricardo Salgado chegou a participar em jantares para angariar emigrantes da Venezuela e África do Sul, que foram lesados pelo banco em quase 120 milhões de euros.

Este é para já o valor investido pelos mais de 250 membros da recém-criada Associação de Lesados da Venezuela e África do Sul, que na segunda-feira reuniu pela primeira vez com o Governo.

Mas o número ainda promete crescer à medida que surgem mais casos. Na maioria são madeirenses ou emigrantes de segunda geração. Dizem que eram bem tratados pelo banco, muitos chegavam a jantar com o dono e presidente do banco, Ricardo Salgado, mas agora dizem-se enganados.

Os mais de 250 associados – 147 da Venezuela e 110 da África do Sul – no total já representam quase 120 milhões de capital investido, segundo José Rodrigues, filho de emigrantes na Venezuela: “No caso da Venezuela são cerca de 60 milhões e no caso da África do Sul são 53 milhões. Estamos conscientes que o valor total não se vai recuperar, mas sobretudo no caso da Venezuela, qualquer coisa será já muito bom”.

À Renascença explicam que estão a angariar associados de boca em boca, devido à instabilidade que se vive na Venezuela, por isso há muitos emigrantes que ainda não sabem da existência da Associação.

Contam que os gestores do BES chegaram a viajar pelo interior do país a angariar clientes e que foram ainda promovidos jantares, com o próprio Ricardo Salgado, para vender os produtos garantidos: “Iam à Venezuela e à África do Sul reunir com clientes. Tratavam-nos muito bem, faziam jantares, para angariar clientes. Havia uma organização para captar estes emigrantes, e também eram muito bem atendidos em Portugal, na Madeira, o Ricardo Salgado participou em jantares com eles. Eu não participei em nenhum, mas o meu pai sim”, explica Sara Freitas.

A presidente da recém-criada associação, diz que na reunião com o Governo encontrou vontade em encontrar uma solução para os emigrantes lesados pelo BES, semelhante ao fundo criado para o papel comercial. As discussões deverão continuar, estando já marcadas futuras reuniões.

“A Assembleia Nacional e o Presidente já aprovaram uma lei do Fundo de Recuperação de Créditos e esse será muito provavelmente o caminho que vamos seguir, formar esse fundo para recuperar os nossos créditos. Não se falou em detalhe, porque ainda teremos várias reuniões e temos de demonstrar que fomos de facto enganados”, explica.

Comentários
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  • Sócrates
    21 set, 2017 00:52
    Para angariar fundos para o seu saco sem fundo!
  • Luís M.
    19 set, 2017 Braga 17:50
    Os contribuintes portugueses devem ter fama de ricos, só pode. Vão a quem vos pagou o jantar.
  • INDECENTE VILÃO
    19 set, 2017 Lx 13:35
    Agora participa em jantares mas no Monte Mar, na zona de Cascais/ Guincho onde paga em dinheiro o fausto repasto aos seus amigos ...O maior bandalhos e trafulha da histório financeira de Portugal e ainda quer uma pensão de 90 mil euros por mês...Haja decência....Sr Salgado...

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