28 ago, 2017 - 20:13
Os trabalhadores da fábrica da Volkswagen (VW) da Autoeuropa, em Palmela, reuniram-se esta segunda-feira em plenário e decidiram manter a greve de 24 horas marcada para quarta-feira.
Em causa está a alteração de horário, nomeadamente a obrigatoriedade de trabalhar aos sábados durante dois anos.
O plano da administração da Autoeuropa prevê, segundo os sindicatos, que cada trabalhador só tenha direito a gozar dois dias de folga consecutivas, de três em três semanas.
A greve de quarta-feira será a segunda em quase 20 anos na fábrica de Palmela, que emprega cerca de 3.500 pessoas.
Em entrevista ao “Jornal de Negócios”, o director-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches, admitiu a falta de acordo com os trabalhadores pode levar à deslocalização de parte da produção, mas irá “fazer todo o possível para evitar esse cenário e manter toda a produção do carro em Portugal".
No final de Julho, a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa decidiu convocar uma greve a todos turnos para 30 de Agosto, depois de a empresa ter anunciado que era preciso adoptar novos horários para assegurar a produção de 200 mil unidades do novo modelo T-Roc na fábrica de Palmela, quase triplicando a produção atingida em 2016.
Esta situação levou a empresa a decidir a abertura de um sexto dia de produção e a contratação de cerca de 2.000 colaboradores, dos quais 750 são para implementar um sexto dia semanal de operação.
A CT e a administração chegaram então a um pré-acordo para os novos horários e turnos, que incluía uma compensação financeira de 175 euros acima do valor previsto na legislação. No entanto, esta proposta foi rejeitada pelos trabalhadores da empresa, tendo contado apenas com 23,4% de votos favoráveis num universo de 3.472 votantes, o que motivou a demissão da CT.
Na quinta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) informou que se juntar à greve.