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Tancos. Segurança servia para militares irem “descansar"

10 ago, 2017 - 07:12

Os destacados "não tinham a mínima noção" do que é fazer segurança a locais sensíveis, diz fonte militar. No final de Junho, foram roubadas granadas e munições dos Paióis Nacionais de Tancos. Responsabilidades estão a ser apuradas.

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Entrar nos paióis do Exército em Tancos "era tão fácil, tão fácil”, que qualquer pessoa pode ter roubado o material de guerra que desapareceu no final de Junho.

Quem o diz é uma fonte militar ligada à investigação do caso, em declarações ao jornal “Diário de Notícias”, que publica a notícia esta quinta-feira.

Segundo a fonte, os militares destacados para as rondas não tinham treino específico para essa missão "e iam para os paióis descansar".

Ao contrário do que acontece na Força Aérea – onde as bases estão a cargo dos militares de uma mesma especialidade (a Polícia Aérea) – no Exército, são militares de outras áreas que fazem as rondas de segurança, segundo outra fonte citada pelo jornal.

Em Tancos, onde estão sediadas duas dezenas de paióis e paiolins numa área de cerca de 350 mil metros quadrados, a segurança deveria ser garantida por um pelotão de cerca de 30 soldados, mas era feita por uma dezena de militares destacados.

Além disso, refere o DN, não havia qualquer controlo dos trabalhadores civis que lá tivessem de ir prestar serviço (por exemplo, substituir parte das vedações). “Não são suspeitos, mas se quisessem tinham levado" o que lhes apetecesse sem que alguém notasse, afirma uma das fontes anónimas citadas.

As vulnerabilidades na segurança são, por isso, tão grandes que não será com mais soldados ou viaturas que serão colmatadas, assumem as mesmas fontes militares.

O furto de material de guerra dos Paióis Nacionais de Tancos (granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros) ocorreu no final de Junho e foi detectado durante uma patrulha de rotina.

Na sequência deste incidente, demitiram-se dois generais e foram exonerados cinco comandantes. As responsabilidades continuam por apurar.

O que sabemos sobre o furto de armas de guerra em Tancos
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  • onde chegamos!
    10 ago, 2017 22:30
    Chama-se a isto tropa fandanga!
  • Jp
    10 ago, 2017 Braga 15:13
    Se tais coisas se sucedessem no sector privado... Quais eram as consequências... Pergunto eu, bem pesadas, sem dúvida... Mas, o Estado mais parece a Santa Casa da Misericórdia, que dá guarida a toda a espécie de incompetência... E ainda por cima lhes pagam...Francamente...
  • DR XICO
    10 ago, 2017 LISBOA 14:31
    Estes comandantes fazem lembrar os que instalaram o comando operacional numa zona sem nenhum sinal de telecomunicações e depois o SIRESP não funcionava e não sabiam porquê. Estes lugares de chefia nomeados pelos politicos mostram todos os dias ao país a sua real incompetência de forma ridícula
  • ferreira
    10 ago, 2017 anadia 11:25
    DEMITIR E RESPONSABILIZAR TODOS OS COMANDANTES DESTA UNIDADE SERÁ POUCO; COMO É POSSÍVEL ESTA GENTE NÃO SENTIR A RESPONSABILIDADE DAS FUNÇÕES QUE OCUPAM (DESPEDIMENTO COM JUSTA CAUSA E SEM INDEMNIZAÇÃO)
  • jose
    10 ago, 2017 lisboa 11:15
    Isto revela que as chefias militares eram incompetentes, são incompetentes e deviam ser demitidos.Estes militares envergonham todos aqueles que tiveram orgulho em servir a Pátria, que deram a vida ou ficaram marcados para toda a vida. Afinal não era por falta de meios mas sim por falta de competência.
  • Gertrudes
    10 ago, 2017 Abrantes 10:48
    Esta é a tal "excelência" que se quer vender aos incautos. O país está um caos a todos os níveis no terreno. Nos dossiers e nos gabinetes com ar condicionado é tudo excelente.
  • Raso
    10 ago, 2017 Tankos 09:42
    A culpa vai ser só dos "desgraçados" militares que estavam de serviço no dia em que deram pela falta do material. Os "cabeças",( ministro, secretário de estado, generais, e oficiais superiores, vão continuar a por e a dispor impunes a tudo isto. Na verdade, há certos sectores da nossa sociedade que continuam intocáveis!
  • Rita
    10 ago, 2017 Lisboa 09:41
    E a culpa de quem era?Era do meu gato que passa o tempo a dormir.A culpa era das chefias dos mesmos que foram exenorados e depois reconnduzidos e de toda a cadeia de comando.Esta gente não serve para nada.Entreguem isto aos espanhóis...entreguem o combate dos incêndios aos militares espanhóis e logo veem o dinheiro que se poupa.
  • vitor
    10 ago, 2017 Lisboa 09:02
    A culpa foi das chefias militares que deviam ter-se preocupado mais com a segurança dos paióis. Teriam que ser guardados pela Policia Militar e 24 horas por dia. Não sei como essas chefias chegaram a oficiais.

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